Símbolo do aparelhamento

 

O episódio Allan dos Santos é um retrato do Brasil de Bolsonaro. Em sua fuga aos EUA, em agosto de 2020, onde entrou com visto de turista vencido, ele escapava das operações do STF no inquérito das fake news.

A evasão do blogueiro teria sido facilitada por Eduardo, o 03, que alugaria o bunker onde Santos trabalhava, em Brasília.

Como se sabe, a delegada da PF Silvia Amélia da Fonseca, responsável pelo setor de envio de documentos do Ministério da Justiça, foi demitida.

Excesso de competência? Não. Ameaça aos interesses da famiglia, com a devida adesão do ministro da Justiça, Anderson Torres, capacho do clã.

Agora, conforme o colunista Igor Gadelha, o mesmo ministério prepara parecer sobre a posição oficial do governo brasileiro contra a extradição do blogueiro, determinada em 21 de outubro pelo ministro Alexandre de Moraes.

Extradição, por quê? Ele é tão bonzinho, trabalha com tanto afinco para espalhar as fake news que ajudam a alimentar a permanência dos Bolsonaro no poder...

O argumento do ministério da Justiça - antes que a Interpol o inclua na lista de Difusão Vermelha, o que significa prisão imediata – é que a extradição não se justificaria sob a acusação de “crimes de opinião”.

A Terça Livre de Santos, já suspensa do Youtube, Instagram e Facebook, continua a espalhar suas mentiras no Telegram, território de nazistas, sem representação no Brasil. 

A determinação de extradição por Alexandre de Moraes, que atendeu a pedido da PF, é para permitir a prisão preventiva de Santos. E claro que Augusto Aras, o puxa saco mor de Bolsonaro, também se manifestou contra a detenção.

O blogueiro defende o fim das instituições democráticas, o que inclui a queda de prefeitos e governadores eleitos; o fechamento do Congresso e do STF e a intervenção militar. 

E, entre suas barbaridades comportamentais, sustenta que a masturbação destrói os neurônios...

O episódio escancara o aparelhamento de nossos órgãos de Estado, como também acaba de acontecer com a exoneração do delegado da PF, José Fernando Moraes Chuy.

Seu ‘erro’ foi classificar o projeto de lei antiterror do major Vítor Hugo – que permitiria a prisão de qualquer opositor ao governo – como aberto demais, capaz de enquadrar quem não praticou nenhum tipo de ato terrorista.

Este blog, por exemplo, seria uma vítima em potencial...