Combate à desinformação
A produtora Brasil Paralelo, que veicula teorias conspiratórias olavistas, gastou com o Facebook R$ 5 milhões de agosto de 2020 a este dezembro de
2021 com 29.160 anúncios, mais do dobro do segundo maior anunciante, o
WhatsApp.
Entre suas pérolas, disponível na biblioteca da plataforma,
está o que começa com a frase de Simone de Beauvoir, "não se nasce mulher:
torna-se mulher". Seguida de
lorotas, como:
"A biógrafa de Beauvoir, C. Seymour-Jones, revelou que
Simone gostava até de relações entre familiares. Junto de Sartre, defendiam
intimidades com crianças [de] 11 anos".
Ao fim do anúncio vem o que interessa: o destaque para o
curso de “feminismo” de Ana Campagnolo, deputada antifeminista e olavista que
‘alerta’: “um dos ícones da causa pelas mulheres não tinha compaixão pelas
mulheres”.
Quem já leu alguma biografia de Beauvoir, sabe o quão desregrada era a vida naquele casamento aberto. Uma delas cita o relacionamento com uma aluna de 17 anos. Jamais algo semelhante à pedofilia e outras perversidades.
Em sua denúncia, o Intercept questionou o Facebook,
agora rebatizado de Meta, sobre mais essa manifestação de lucro acima da
proteção dos usuários, sobretudo após o escândalo dos Facebook Papers.
Pelo visto, porém, o lucro continua a ditar as regras. Tanto
que a Meta não viu problemas em divulgar um curso de feminismo que associa
Simone de Beauvoir à pedofilia.
Máquina incessante de anúncios anticomunistas e conservadores
de revisionismo histórico, este ano a Brasil Paralelo também investiu pesado
num documentário sobre a ditadura militar. Devidamente falseado.
Se
há um consolo nessa história é saber que, segundo o jornalista Guilherme Amado,
o ministro Luís Roberto Barroso requisitou semana passada uma reunião com o
diretor executivo global do Telegram, o russo Pavel Durov.
É a plataforma usada pela família Bolsonaro, pelos fascistas e pela extrema direita,
ainda sem escritório por aqui.
A
ideia é conquistar a cooperação de Durov no combate à desinformação, que
promete pegar pesado nesse ano eleitoral. Resta saber se terá eco.
Antes que seja tarde...
Sandra S. Peleias
ResponderExcluirComo jornalistas se prestam a um papel desses. Tudo por dinheiro🤑🤑🤑
Sandra S. Peleias
ResponderExcluirLançam isso com uma mensagem de que são independentes. Enquanto isso, o minto segue xingando as mulheres.