Vice que é um seguro-impeachment

 

Enquanto Hamilton Mourão deu manifestações dúbias que o afastaram de permanecer o vice de Bolsonaro em 2022, o presidente admite sua simpatia pelo ministro Braga Netto.

Ao contrário de Mourão, o atual ministro da Defesa nunca se furtou a dar demonstrações de fidelidade canina ao chefe.

Participou de atos antidemocráticos, não aderiu ao alto comando na intenção de punir Pazuello em sua transgressão disciplinar e sempre foi um defensor incondicional do chefe.

E, em meio à sequência de absurdos cometidos pelo mandatário - da caótica condução da pandemia ao total descontrole da Economia -, o principal predicado no vice dos sonhos de Bolsonaro seria livrá-lo do impeachment.

“Um seguro-impeachment”, como definiu o presidente, que sabe melhor do que ninguém a fartura de motivos que dá para que o Congresso tome esse tipo de iniciativa.

Quem não se lembra da CPI da Covid desistir de convocar o general, por temer o perigo à vista...

Só que a escolha parece não agradar ao entorno do capitão.

Os militares não veem a escolha com bons olhos. Já o Centrão prefere os ministros da Comunicação, Fabio Faria, ou da Agricultura, Tereza Cristina, que preencheria o requisito desejado pelo presidente de lançar uma mulher. 

Os aliados acreditam que o ideal seria um candidato do Nordeste, para fazer frente ao eleitorado de Lula e à rejeição de Bolsonaro. Ou Minas Gerais, maior colégio eleitoral do país. Bolsonaro pensa ainda num evangélico.

E Braga Netto é ruim de votos.

A torcida aqui é pela escolha que ajude a enterrar de vez a reeleição. Talvez seja o caso do general da Defesa, com seu obsceno salário fura teto de mais de R$ 100 mil.