Bolsonaros não pensam igual!

 

Bomba! Os Bolsonaro não pensam igual! O furo foi da jornalista Malu Gaspar. Flávio foi semana passada na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde defendeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Seu pai, como se sabe, é admirador confesso de Vladimir Putin, o presidente russo que resolveu transformar esse início de 2022 em inferno, com a guerra – que ele tem a cara de pau de dizer que não é guerra – contra a Ucrânia.

É verdade que o elogio embutia uma sardinha para o lado do senador, que não é membro e não costuma dar as caras na CCJ. Naquela quarta-feira 9, o encontro pretendia discutir o PL das armas, do qual Flávio é ferrenho defensor.

O desejo do 01 era provar a seus pares que armas salvam vidas. Segundo ele, Zelensky, antes defensor do desarmamento, virou casaca com a guerra e deu fuzis à população. “É para isso que servem as armas”, justificou, como um integrante da Escolinha do Professor Raimundo.

Só que nós aqui não estamos em guerra...  

Imagino o quanto ele e o pai – outro defensor ferrenho de armar a população – não devem levar do poderoso lobby da da indústria bélica nacional e internacional, à qual zerou a alíquota de importação em dezembro de 2020, medida depois suspensa pelo ministro Edson Fachin.

Além do pretexto inventado por Flávio, o governo tem usado a guerra para justificar a exploração das terras indígenas, outro lobby milionário, como já foi dito aqui.

Só que o potássio que o presidente disse existir dentro das terras indígenas está fora delas, como também já foi dito aqui.

E assim nós vamos, com a sucessão de mentiras, como a solenidade criada pelo governo para comemorar os brasileiros resgatados da Ucrânia por um avião cargueiro da FAB.

Só que Bolsonaro se esqueceu de pedir desculpas aos brasileiros, por não ter providenciado essa remoção há mais tempo, antes até que a guerra estourasse, como fizeram outros países. E poupá-los do desespero a que foram submetidos.

A teimosia do mandatário – assim como foi com as vacinas – nos leva a essa situação esquizofrênica, em que o Itamaraty e o presidente defendem posições antagônicas sobre a Rússia.

Resta saber se o papai vai puxar a orelha do filho ou se eles continuarão a tomar o partido que lhes for mais conveniente. E o Brasil que se lixe.