Corrupção em nome de Deus

 

Que nossa Educação está jogada às traças está na cara. Basta ver como a população é facilmente manipulada, por não conseguir sequer distinguir o bem do mal.

Após o colombiano naturalizado brasileiro, Ricardo Velez – que propôs revisar os livros didáticos que retratam o golpe de 64 -, Abraham Weintraub, com sua sucessão de sandices, e Carlos Decotelli, falsificador de currículos, agora temos Milton Ribeiro, um ministro teleguiado pelos evangélicos.

Primeiro ficamos sabendo, pelo áudio flagrado pela Folha, que Ribeiro prioriza a liberação de verbas a prefeituras cujos pedidos foram negociados pelos pastores Gilmar dos Santos (foto) e Arilton Moura. A justificativa do ministro foi pior que o soneto: ele disse atender a uma solicitação de Bolsonaro.

Sabemos, porém, que o presidente é inimputável, graças ao aparelhamento de instituições que deveriam ser de Estado. 

A última demonstração de poder desse povo tão abençoado por Deus foram pedidos de explicação ao ministro sobre a tal conversa gravada, conforme a jornalista Monica Bergamo.

Quer dizer, não foi o presidente que cobrou explicações do ministro, e sim os evangélicos alijados do butim, afinal, teria sido dele a orientação. Ou ainda setores que viram indícios de corrupção no episódio, como Silas Malafaia. E passaram a defender nova troca de cabeças na Educação.

Arilton Moura pediu até um quilo de ouro para conseguir liberar recursos para construir escolas e creches.

Segundo o Globo, o campeão do lobby é o pastor Gilmar, da Assembleia de Deus. Em seus vídeos ele se aproxima mais do neopentecostalismo, uma das bases de sustentação de Bolsonaro. Ao “o senhor é o meu pastor”, ele prefere usar “senhor dos exércitos”.

Pelo visto, bem afinado à tendência demonstrada pelo presidente, que já deu pistas de que seu vice será o linha dura general Braga Netto, em governo ainda mais militarizado.

Midiático, Gilmar canta e gesticula para que os fieis sintam as chamas do espírito santo. Articulado, responde pela Convenção Nacional das Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e ostenta no currículo a direção do ITCT, dedicado à formação de líderes religiosos.

É casado com a pastora Raimundinha (foto) e mora em Goiânia. E tem poder para mandar na Educação do Brasil. É peça chave para a fidelidade dos evangélicos a Bolsonaro.

Ou seja, não estamos só nas mãos do Centrão. O que fizemos para merecer tanta tragédia?