Botando as manguinhas de fora



Assim como fizeram com nosso 7 de setembro em 2021, agora os bolsonaristas querem se apropriar do 1º de maio, data maior do trabalhismo e da esquerda, turbinados pelos efeitos da ‘graça’ de Bolsonaro a Daniel Silveira - agora membro da CCJ. Já estão marcados barulhos em São Paulo, Rio e Ceará.

No ano passado, o que nos salvou do golpe foi uma ligação do ministro Luís Fux aos comandantes militares na madrugada entre os dias 6 e 7 de setembro.

Além do mapear e bloquear os financiamentos às caravanas de bolsonaristas e da ação do vice-governador do DF, Paco Britto, de cobrar ações da ambígua PM da capital.

Não fosse isso, já viveríamos uma ditadura mais explicita que a atual, em que o mandatário continua a provocar o STF, desacreditar das urnas eletrônicas e só não prepara um bote ao Legislativo (por enquanto) porque ele está ao seu lado.

O mais engraçado é que o objetivo dos atos - Carlos Bolsonaro e sua tropa já provaram sua capacidade de mobilização - é “agradecer pela liberdade”, de um truculento deputado que ameaçou as instituições, os ministros do STF e clama pela volta do AI-5?

Será que os deputados sabem que o AI-5 fechou o Congresso? O que eles chamam de liberdade, no caso, é o contrário do que vai acontecer se Bolsonaro for reeleito. 

Nesses três anos ele cumpriu à risca o modelito de corroer nossas instituições, tornando desnecessárias demonstrações militares de força, conforme o receituário dissecado por Steven Levitsky em "Como as democracias morrem".

Talvez a nova mobilização seja uma resposta ao que constatou o colunista Matheus Leitão, com base em pesquisas eleitorais: Lula está próximo de vencer as eleições em primeiro turno ou com uma boa vantagem sobre Bolsonaro no segundo.

Apesar da vantagem do petista ter caído, a recuperação do presidente deveu-se, unicamente, à saída de Sérgio Moro do páreo. Quer dizer; o pacote de bondades não surtiu qualquer efeito sobre os eleitores. E, assim como Bolsonaro ganhou os que votariam em Moro, Lula pode ganhar os de Ciro Gomes.

O pedetista, por sua vez, garante que vence Bolsonaro com mais de 20 pontos no segundo turno: “É a chance que tenho de prosperar e dar ao Brasil um mundo novo, que rompa com essa bola de chumbo, de ódio e paixões que dilaceram a vida brasileira”, disse Ciro à Carta Capital.

E claro que toda essa animosidade ajuda a desvalorizar nossa moeda e aprofundar a crise econômica, aquela que o presidente tenta esconder sob suas cortinas de fumaça.

Comentários

  1. M Christina Fernandes
    Só fico de queixo caído em ver o canalha convencer seu eleitorado a 'esquecer' a inflação crescente e ficar aprovando as motociatas financiadas com o nosso dinheiro.

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  2. Regina Costa
    O povo poderia tomar as ruas, só assim resolve, o povo todo nas ruas.

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    1. Infelizmente eles têm uma maior capacidade de mobilização, via redes sociais, do que o resto

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Carlos Minc
    💪🌻🌹💃🏿🎷☀️🌏

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  5. Maria Helena Malta
    Que horror. Desespero faz isso. Serão derrotados nas urnas

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