Fake news do conto de fadas

 

Encontro de jornalistas costuma ser um local profícuo. Ainda mais quando esses jornalistas convivem com jornalistas de Brasília. Esses sim, detentores de um grau de informação que costuma ser bem acima da dos simples mortais.

Foi o que aconteceu no lançamento de “Pandemia, o medo e o riso na quarentena”, do amigo Romildo Guerrante. No simpático Bar do Gomes, em Santa Teresa, fui brindada com uma saborosa dica, fruto desse tipo de relações especiais.

Alguém mencionou que Michelle telefona para o presidente antes de dormir. Conclusão: os dois já não dividem a mesma cama. E possivelmente o casamento se transformou em mais uma fake news, a ser mantida a ferro e fogo até o pleito.

Sim, porque os resultados na aversão feminina ao capitão, inclusive das evangélicas, já deu sinais de melhora após a encenação da primeira-dama no dia 4 de maio, em pleno Congresso de um governo supostamente laico.

Como se sabe, a morena que já foi loura – a julgar pelas mulheres anteriores, parece ser o perfil predileto do presidente – se ajoelhou, chorou e orou pelo “ativamento" dos três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo. Que, por sinal, estão em crise graças a seu marido. Ou quase ex.

O saldo foi tão positivo que a equipe do presidente já pensa em usar a bela em novos eventos de campanha, que jamais poderão ser taxados como campanha antecipada. Porque mito que é mito jamais erra. Toda essa trapalhada que vemos desde 2019 nada mais é do que jogo de cena.

O vídeo foi compartilhado na página da Frente Parlamentar Evangélica e, claro, fez o maior sucesso. Talvez até tenha conquistado corações femininos que faziam mau julgamento do misógino mandatário. Que base elas teriam para isso?

Afinal, a desastrosa e negacionista política de saúde do governo matou muito mais brasileiros - uma maioria de pobres - do que o necessário durante a pandemia. Não se ouve mais falar em corrupção, a não ser por umas tais de rachadinhas, insignificantes diante da roubalheira do passado, ou de uns pastores que tentaram se dar bem em negociatas no ministério da Educação. Mixaria.

Qual o problema em incendiar as florestas e repartir as terras dos povos indígenas com garimpeiros, grileiros e devastadores? Você também é daqueles (as) que acredita nesse papo de mudanças climáticas?

Já não dá para encher o carrinho no supermercado, pagar as contas de luz e os combustíveis? Comprar carne?

Sossega. Vem aí um segundo mandato para resolver todos esses problemas. Só que provavelmente a partir da posse o fim desse casamento de conto de fadas virá a tona.

Afinal, nada é perfeito...