Sem ar e sem noção

 


Depois da sensação do liberou geral, a Polícia Rodoviária Federal deu um passo atrás, após matar sufocado Genivaldo de Jesus Santos, 38, dentro de um camburão no Sergipe.

Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes em cursos e manuais da nossa instituição”, reagiram os policiais em nota no domingo.

Como o crime foi documentado por vídeo, talvez por isso a ficha tenha caído. Aliás, qual a necessidade de investigação diante de provas tão evidentes?

Afirmo que já estamos estudando nossos procedimentos de formação de aperfeiçoamento e operacionais para ajustar o que for necessário para prestar um serviço de excelência”, disse o coordenador- geral de comunicação institucional da PRF, Marco Territo. Ah bom...

Nesse meio tempo, descobriu-se que a cadeira Direitos Humanos foi removida da grade curricular de ensino dos militares. Já explica muita coisa.

O morticínio que se viu semana passada na Vila Cruzeiro, aplaudido pelo mandatário, foi outro sintoma de que há algo de podre no ar. Mesma sensação quando o presidente vetou o projeto de lei que inscrevia o nome da psiquiatra Nise da Silveira no livro dos heróis e heroínas da pátria.

Nise salvou os esquizofrênicos de serem tratados com choques elétricos. O que ela diria da barbárie cometida pelos policiais? Para o capitão, herói é Olavo de Carvalho.

Ao contrário do assassinato de George Floyd por um policial, que levou às ruas milhares de americanos e gerou o movimento “Black lives matter”, aqui? Apatia geral. De bolsonaristas e do resto de democratas que não se manifestam.


Enquanto o mandatário chamou Genivaldo de "marginal", para um homem sem capacete (acima, o presidente e apoiador na mesma situação) na moto, a OAB cobrou a prisão dos responsáveis pelo bárbaro crime, a saber, dos cinco agentes que registraram o trágico boletim de ocorrência.

A tal ‘desculpa’ da comunicação da PRF não menciona a responsabilização dos culpados, que pareciam se divertir enquanto Genilvaldo - que deixou um filho de 7 anos -, sufocava no camburão.

São eles: Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia.

24h depois do crime o ministro da Justiça, o bolsonarista Anderson Torres, também não mencionou punição ou qualquer lamento pelo brutal assassinato.

E assim nós vamos. Sem ar, sem noção, sem permissão para sentir dor.

 

 


Comentários

  1. Virgilio Anjos
    Temos de apear o Jair do poder o mais rápido possível. Isto inclui o seu bando. A começar com o PGR

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  2. Maria Jacinta Osorio Chela
    Precisa Investigação????????

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  3. Meri Laite
    Não acho suficiente essa nota! Não acho suficiente afastar os policiais assassinos envolvidos no ato nazista. Gostaria mesmo é que fossem julgados por um juri popular, como qualquer cidadao que comete um crime. No caso, um crime bárbaro!

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  4. Rani Rania
    A execução foi no estado de Sergipe, no texto está escrito Ceará???
    A população negra brasileira é desunida, sofre todo tipo de violência diariamente, já naturalizou até execução na camara de gás. Qualquer tipo de crueldade, violência é aceito pacificamente e os negros brasileiros são 56% da população brasileira. Nos estados unidos os negros são 12% da população do país e sofreram a mesma escravidão que os negros brasileiros mas nos estados unidos o racismo é oficial, no brasil não existe racismo e sim uma democracia racial, por isso o brasileiros vivem nessa miséria social.

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  5. Augusto Sant
    O grande legado do minto, foi desvendar e tirar do armário a faceta mais podre do povo brasileiro. Povo que se diz ordeiro e generoso e que aplaude os crimes oficiais, as chacinas como.se necessárias fossem , a indiferença com a dor alheia. Bolsonaro desnudou a hipocrisia verde amarela, a pária armada braziiil.

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  6. Luiz Fernando Rudge
    Entrega esses PRFs para a Matsunaga, ela esquarteja um por um...

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  7. Mônica Soares
    Ué, põe pra compartilhar Celina!

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  8. Mario Fragoso
    Rani Rania Um cineasta afro-estadunidense que mora na Bahia - não lembro o nome - ressaltou a questão...Disse não entender como os pretos, num país de maioria afrodescendente, são tratados no Brasil e não reagem à altura...

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  9. Rani Rania
    Mario Fragoso , É vergonhosa a submissão do negro brasileiro, é uma passividade covarde, se acomodaram na miséria.

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