Troca de seis por meia dúzia

 

Parece piada de mau gosto. Basta o ano eleitoral para o mandatário fazer a terceira mudança na presidência da Petrobras, como se a empresa fosse seu brinquedo pessoal.

Mais uma vez, deve ser uma troca de seis por meia dúzia. Conforme a colunista Bela Megale, Caio Paes de Andrade (foto) também não está disposto a conter os preços dos combustíveis, segundo pessoas próximas a ele.

Isso se o mandatário conseguir superar o impasse do escolhido não ter o tempo mínimo exigido pela lei para cargos de administração pública. Ou tampouco experiência em companhias do setor de energia.

Aparentemente o birrento dará seu jeito para superar o problema, enquanto as ações da estatal nos EUA já caíram 13,6% com a decisão atabalhoada. Azar dos investidores...

Como se sabe, o general Silva e Luna passou menos de um ano no comando. Assumiu o cargo em 18 de abril de 2021 para substituir o economista Roberto Castello Branco, que também teimava em acompanhar os preços internacionais.

José Mauro Coelho, o sucessor - ligado ao ex-ministro das Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, substituído por Adolfo Sachsida pelo mesmo motivo - esquentou a cadeira por apenas 40 dias.

Assim como Sachsida, Paes de Andrade é afeto a Paulo Guedes que, por essas manobras do destino, recupera poder em terreno perdido. Andrade, ex-presidente do Serpro, foi também secretário de desburocratização. Sobre óleo e gás, porém, não passa de um neófito.

E assim como foi a transição de Silva e Luna para Coelho, a mais importante empresa brasileira passou um tempo acéfala. As ações também caíram, no entanto, o capitão se mantém obstinado a lutar contra a corrente para ganhar votos.

A nova posse ainda depende da aprovação de uma assembleia de acionistas, que só pode ser convocada em 30 dias. Ou seja, mesmo que o nome seja aprovado, o novo presidente só assume no fim de junho, a quatro meses do pleito.

Bem como seus antecessores, ele dificilmente se dobrará às vontades do chefe. Quer dizer, não vai dar para contar com queda de preços dos combustíveis até outubro.