IndignAÇÃO, por Chico Alencar

 

Entre agosto e setembro sai do forno “Diário da Indignação, cronologia da treva de um (des) governo” (Rebento). Como o nome já diz, o livro é um Fora Bolsonaro de A a Z pelas crônicas do blog sairdainercia, que contam a História desses tempos distópicos em texto enxuto de Internet.

Abaixo, trechos do prefácio de Chico Alencar (foto em ato na quinta-feira 23, no Centro do Rio), vereador e historiador, que agora concorre a deputado federal pelo PSOL.

“Diário é registro cotidiano das miudezas que tecem nossa vida. (...) Mas diário também pode registrar, no dia a dia, o que ultrapassa o cotidiano e ganha lugar na História.

Sendo sobre indignação política, é registro que ajuda a nos entender como sociedade. E a agir, pois é saudável ter ânsia de protagonismo. IndignAÇÃO. No método da educação freireana, “ver, julgar, agir”. Conhecer, refletir, falar e agir.

Esse livro de Celina Côrtes é um grito, um desabafo, uma denúncia, um clamor. A experiente jornalista, livre dos condicionamentos da imprensa empresarial (da “liberdade de prensa” ou “de empresa”), solta os “bichos” contra quem, cotidianamente, em todos os dias de sua vida pública, urrou, deu coices, mordeu, tentou devorar o pouco que temos de democracia. Um contumaz provocador de danos. (...)

Celina tem um blog cujo título já instiga: sairdainercia. Aqui você encontrará (e relembrará) as atrocidades verbais e iniciativas perversas cometidas, entre 2020 e 2021, pelo pior presidente da História da nossa República.

São tantas e tamanhas que essa “compilação analítica” nos ajuda a relembrar de várias delas já apagadas da memória, pois todo dia vem uma aberração que supera a anterior. (...)

Os relatos e avaliações dos posts, de texto leves, apaixonados e inteligentes, permitem conjugar o ABC de adjetivos que constituem a “persona” de Sua Excrescência. (...)

Lendo esse livro, você terá vontade de buscar também outros qualificativos para o desqualificado. Não é difícil... Difícil é suportá-lo. Celina vai além, substantivamente: muitos de seus “editoriais”, mesmo datados, permitem vislumbrar ameaças à nossa frágil democracia, como a permanência do perigoso e golpista “Partido Militar”. 

Celina não é neutra, “fria” ou “olímpica”: sem ser partidária, toma partido, tem opinião, exorta à boa discussão.”