MEC não para de feder

 

A cada dia o escândalo de corrupção no MEC exala um odor mais putrefato. Após as denúncias do Estadão de envolvimento do ex-ministro Milton Ribeiro com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos – a pedido do Presidente - , houve prisões, solturas, ameaças e vazamento de gravações.

Ontem, o senador Randolfe Rodrigues protocolou o pedido para abertura da CPI do MEC no Senado, com 31 assinaturas, quatro a mais que o necessário.

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, hesita em acatar o pedido como fez, também, com a CPI da Covid.

As novas denúncias incluem a tentativa por Ribeiro de empregar Arilton Moura, oferta desprezada pelo mesmo pelo que achou um salário irrisório, de R$ 6 mil, conforme relato de servidores. Houve até uma tentativa de encaixá-lo em remuneração maior, brecada pela Casa Civil.

Para completar, a filha de Moura, Victoria Bartolomeu, embolsou R$ 3,9 mil de Auxílio Emergencial, enquanto seu marido, Helder Bartolomeu, recebeu outros R$ 4,1 mil.  

Segundo a defesa de Ribeiro, em fevereiro Victoria teria comprado por R$32 mil um carro usado avaliado em R$ 50 mil. E essa seria a justificativa para o valor que ‘brotou’ na conta de Myrian Ribeiro, mulher do ex-ministro.

E qual a reação do Planalto para escapar dessa roubada às vésperas das eleições?

Além de apelar ao STF, escalou o filho Flávio, que passaria a engrossar o trabalho anti CPI no senado do novo líder do governo na Câmara, deputado Carlos Portinho (PL-RJ). E tascar recursos das emendas secretas para atrair desistências.

Em outro front, o governo explode o teto de gastos com pacotes de bondades que seriam proibidas em ano de pleito, não fosse o decreto editado por Bozo empoderando a AGU para violar as leis eleitorais.

O projeto é subir o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e criar o vale caminhoneiro no valor de R$ 1 mil. E a missão do novo presidente da Petrobras – quinto desta gestão – é segurar os preços dos combustíveis. Só até as eleições.

Ou seja, o sucessor vai receber um país quebrado, corroído pela inflação, pela falta de ética e pela corrupção. 

Resta saber qual será a mágica do capitão para desarmar tantas bombas se ele chegar à tão improvável reeleição.