O inferno do presidente arde

 

O inferno do presidente arde. Onze dias após o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips os irmãos Amarildo Oliveira – o Pelado – e Oseney Oliveira confessaram o assassinato à PF.

Não faltaram avisos de Pereira – afastado da Funai após a exitosa operação que destruiu 60 balsas de garimpeiros na Amazônia, porque nesse governo quem protege o Meio Ambiente é castigado – sobre o que virou o Vale do Javari.

E só foram 11 dias para se chegar a um desfecho graças à repercussão internacional do crime. Como se sabe, a Amazônia é a região do país que mais atrai o interesse do planeta, que vem acompanhando o desmonte da fiscalização, a destruição ambiental e o abandono dos povos indígenas.

É notícia com poder de fogo para azedar ainda mais as críticas ao mandatário, que enfrenta dificuldades até dentro de casa. Os filhos Flávio e Carlos batem cabeça na campanha presidencial. Pior ainda é o desempenho da primeira-dama.

Apesar de ter se prestado a se filiar ao PL, Michelle recusou-se a fazer gravações para tentar resgatar a popularidade do marido entre o público feminino, onde ele vai mal em todas as classes sociais e religiões. 

O estilo beligerante, a defesa da armas e a misoginia são traços indeléveis que levam as mulheres a tanta rejeição.

E claro que se a primeira-dama se recusa a ser solidária ao marido o casamento – como já se fala à boca pequena – não vai bem das pernas. Nem todas as mordomias inerentes ao cargo parecem ser suficientes para aplacar as divergências.

A tal ponto que o Centrão entrou em cena para propor que a ex-ministra da Agricultura Teresa Cristina seja a vice na campanha pela reeleição. O general Braga Netto ganharia um ministério num segundo mandato, prêmio de consolação.

Nesse momento em que 33 milhões de brasileiros passam fome, o presidente faz guerra para baixar o preço dos combustíveis. Se morrer mais alguém por falta de comida não faria muita diferença, afinal, a política negacionista se encarregou de enterrar uma quantidade gigante de brasileiros que poderiam estar vivos.

E agora sabemos que a crise econômica abate em cheio as principais universidades. Talvez a UFRJ seja obrigada a fechar as portas. O que não surpreende nesta gestão incapaz de atender às necessidades mínimas da Educação. 

O último a sair não esqueça de apagar a luz.  

PS: Caros leitores, farei uma pausa no mato pelo feriado+aniversário e volto na segunda-feira 20.