Corrupção? Onde?

 


Em meio ao festival de blindagens que assistimos nesse Governo – como os encontros secretos do Presidente com a vice de Augusto Aras, Lindôra Araújo, fora a vista grossa do chefe – eis que uma parte da PF escapa da camisa de força.

Vem dela mais uma pista de corrupção nesse Governo que não tem corrupção. Ninguém mais do que o líder do Governo no Congresso, o senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO, foto), foi pego com a boca na botija, segundo O Globo.

Entre 2016 e 2020, Gomes pediu uma mãozinha ao empresário Jorge Rodrigues Alves. Ao todo, R$ 760 mil.

Este, por sua vez, estava entre os envolvidos na Operação Lavanderia da PF. O nome já diz tudo...

Em 11 de abril de 2019 Alves pediu ao amigo para tentar adiar a entrada em vigor de uma portaria do Inmetro que alteraria as especificações do sistema de iluminação do país. “Preciso muiiiito de sua ajuda”. Não é difícil imaginar os resultados...

Gomes classificou os depósitos como "empréstimos".

Os diálogos entre ambos estavam no celular de Alves. A PF revelou ainda que existem várias conversas entre o empresário e Gomes, que indicam que o primeiro pagaria as contas ao segundo e lhe enviaria dinheiro, “assim como lhe pede favores e intercessão em assuntos de suas empresas”.

O velho toma lá dá cá.

Em 3 de abril de 2020, conforme a PF, o senador enviou ao empresário dados bancários do assessor parlamentar João Bosco Pinto da Silva, e indicou uma conta para o pagamento. “Acha que consegue 20?”, perguntou Gomes. Ao que Alves respondeu: “Opa! Certeza!”.

Já às vésperas da posse no Senado, em 31 de janeiro de 2019, Gomes pediu mais dinheiro a Alves “para custear o buffet de uma festa”. Resposta: “Como seria? Direto no buffet? Quanto? Estamos juntos, amigo”. A grana teria entrado na conta bancária de uma mulher fornecida pelo senador.

“Há elementos para se acreditar que parte dos valores movimentados pelo grupo possa ter ido para o referido senador, por meio de Jorge Rodrigues Alves, como forma de manutenção de uma boa relação, assim como para o financiamento de campanhas políticas”, conclui a PF.

E se o Presidente mantém seus tentáculos ativos sobre instituições como o Ministério da Justiça, Coaf e parte da Câmara Federal, entre outros, o mesmo não se pode dizer da imprensa e da CGU.

O Globo também revelou que o Governo pagou auxílio emergencial, no auge da pandemia, a 135,7 mil mortos, o que gerou prejuízos de R$ 336,1 milhões, de acordo com recente auditoria da CGU. Esse não parece ter sido caso de corrupção. E sim, de incompetência e descaso com o dinheiro público. Difícil avaliar o que pode ser pior...

 

 


Comentários

  1. Guilherme Fulgencio de Medeiros
    Emoji itado

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  2. Maria Christina Monteiro de Castro
    Celina, eu saio eu entro e me encanto com sua "resiliência", sua enorme resistência em apontar o dedo para as vergonhas deste governo horrendo. Parabéns, ´é emocionante saber que vc está aí e não deixa passar nada. O melhor é ter certeza de que está acabando. Nó pasarán! bs

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