O risco do autogolpe
Assim como
há 61 anos houve o autogolpe de Jânio Quadros – que desencadeou o golpe
militar de 1964 -, essa seria a intenção do mandatário, para o cientista
político, Steven Levitsky (foto), autor de “Como morrem as democracias”.
“Vimos
isso nos EUA, e o mesmo acontece no Brasil. Então, há uma chance real de um
autogolpe. Não acho muito provável, e acho que se Bolsonaro tentasse
possivelmente falharia, mas o risco é real”, adverte o professor de Harvard no Estadão.
O que,
para nós, brasileiros, sempre esteve claro. Nesse ponto, pelo menos, o Presidente é coerente.
Em janeiro
de 2021 ele começou com as fake news em relação aos Correios americanos,
tradição nos EUA, incitando insegurança sobre um sistema diverso do nosso, em
relação a um problema que não temos. Tudo para denegrir o sistema eleitoral
como um todo, trocando alhos por bugalhos.
“A causa
dessa crise toda: falta de confiança no voto. Lá, o pessoal votou e
potencializaram o voto pelos Correios por causa da tal da pandemia", já mentia, na época.
“Ninguém
pode negar isso daí, então a falta de confiança levou a esse problema que está
acontecendo lá”, comparou, cinicamente. “E aqui no Brasil se tivermos o voto
eletrônico em 22 vai ser a mesma coisa, a fraude existe”, ameaçou.
No sábado 23 de julho, na Marcha para Jesus, em Vitória, voltou a assombrar os brasileiros, com a declaração de que é moralmente obrigado a "não deixar o país perder a liberdade", mesmo discurso usado pelos militares golpistas que derrubaram João Goulart em 1964.
Para
Levitsky, o presidente Bolsonaro pode se recusar a aceitar a derrota. "Ele
pode tentar subverter a eleição".
"Sempre
que você elege um presidente autoritário, a democracia está em risco”, sustenta.
No
último 7 de setembro assistimos impávidos ao sequestro de nossa festa cívica
com embalagem verde e amarela, risco contido por Michel Temer. Agora o
perigo persiste, dessa vez nas comemorações de nossos 200 anos de
independência, que podem até descambar em guerra civil.
Conforme o Anuário de Segurança Pública deste mês, as licenças para armas de fogo cresceram 473% nestes últimos quatro anos, estimuladas pelo governante. Como se sabe, ele mantém 30% de apoiadores capazes de provocar o diabo.
Enquanto
os generais palacianos dão suporte às (más) intenções do mandatário,
representantes das Forças Armadas oscilam entre suas notas plantadas. Ora de
condenação, ora de apoio. Um mistério que permanece aos simples mortais.
O próprio
Levisky esboça alguma esperança: “Até agora, o comando das
Forças Armadas parece não cooperar com uma aventura autoritária liderada por
Bolsonaro”, especula.
Ele acredita que a melhor maneira de derrotar uma figura autoritária é isolá-la para
derrotá-la politicamente, o que inclui as forças da esquerda, centro e direita. "Não
há garantia, mas há uma melhor chance de sucesso."
Uma coisa
é certa: “A defesa da democracia brasileira está nas mãos dos
brasileiros." Ou seja, dos votos de outubro.
Jose Maria Souza Aranha
ResponderExcluirAPONTAR E DIVULGAR TODAS AS TENTATIVAS DE FALCATRUAS.
VARRER O LIXO BOLSONARO E SEU GANG LOGO NO PRIMEIRO TURNO É PRECISO.
Sim, respeito as candidaturas que estão aí, porém, é óbvio que para varrer o mandatário no primeiro turno seria necessária a formação de uma poderosa frente única de oposição
ExcluirTem que ser defenestrado já no primeiro turno. Só assim teremos um pouco de sossego.
ResponderExcluirOpinião 1005 compartilhada!
ExcluirMônica Reis
ResponderExcluirEsse pensamento explica as atuais alianças que foram feitas. Estamos em guerra, primeiro a gente tira o demônio depois a gente separa as ideologias.