A morte da independência
Há
200 anos, o Brasil conquistou sua independência porque a família real não conseguia
mais conjugar, de Lisboa, os interesses das elites de Portugal e do Brasil, junto ao poder econômico do Império Britânico.
A
celebração pelos 100 anos, por sua vez, foi consequência do enriquecimento de
São Paulo, alvo dos principais objetivos da festa: recuperar o passado Imperial, que já não ameaçava a República, vender a ideia de que o Brasil era
um país grande e moderno e promover uma comemoração paulista.
Na
Cultura, a estrela foi a Semana de Arte Moderna, que trouxe à tona o movimento Antropofágico e revelou artistas como Tarsila do Amaral,
Oswald de Andrade, Di Cavalcanti e Vila Lobos, entre outros.
E, assim como os países começaram a organizar Feiras Mundiais, também chamadas de
Exposições Universais – em 1853 D. Pedro II conheceu o telefone na Feira da
Filadélfia e o Brasil tornou-se o segundo país a adotar a novidade –, a nossa ergueu,
em 1922, oito pavilhões, dos quais restou o Palácio da França, atual Academia
Brasileira de Letras.
Era o que havia de mais moderno em propaganda de um país.
E
agora, o que temos nos 200 anos?
Com
a ascensão da extrema direita ao poder, por total falta de planejamento, entrou
para o calendário a recuperação do Museu Nacional, destruído por um incêndio em
2018. Como se essa prioridade tivesse a ver com festa.
Para
nossa sorte, o prefeito Eduardo Paes melou os planos do Presidente
de sediar o desfile militar - que sempre ocorreu no Centro - na orla de
Copacabana, misturando homens armados a seus fanáticos apoiadores.
Embora não ocorram desfiles nem no Centro ou na Av. Atlântica, o Presidente conseguiu seu intento de juntar à manifestação shows de motos e embarcações da Marinha.
A
festa organizada pelo Governo nada mais será do que campanha pela reeleição, com aviões nos céus e navios de guerra no mar, a serviço do capitão. Assim como
o Rei Sol, Luiz XIV (1838-1715), o dirigente crê que o Estado é ele.
O
significado histórico, no caso, é mostrar que o país pode ser melhor e mais
justo se virar uma ditadura militar, porque esse negócio de democracia – apesar dos
recentes e maciços movimentos da sociedade - é coisa de comunista.
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ResponderExcluirCarlos Minc
ResponderExcluir💃🏿🎸💪🎷🦋☀️🤔🚴🏿♂️
Marcos Queiroz
ResponderExcluirSeus textos são os melhores, Celina Côrtes!😃
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ResponderExcluirRogério Simões
ResponderExcluirO Brasil é uma tremenda piada de mau gosto, é a própria frase do livro Il Gattopardo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa - É preciso mudar para que tudo permaneça como sempre foi.
Sonia Mesquita
ResponderExcluirIndependência Sempre
Nelson Ferreira
ResponderExcluirDesde os primórdios os brasileiros sempre foram enganados, kkkkk!! Vale a pena Lembrar, que quem proclamou a Independência do Brasil, foi o filho do Rei de Portugal, portanto ficou tudo entre família, kkk