Barbárie contra os povos originários

A barbárie contra os povos originários é a cada dia mais insuportável. Dados do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – de 2021, divulgados no site Colabora, mostra que foram assassinadas 39 crianças ou adolescentes com menos de 19 anos.

Dois exemplos estarrecedores. Cinco homens amarraram um menino Kanamari, 14 anos, o estupraram e mataram com 29 golpes de faca em Eirunepé (AM). Já a Guarani Kaiowá Raíssa, 11 anos, foi alcoolizada no Mato Grosso do Sul por cinco homens, estuprada e atirada de um penhasco.

A foto acima, de José Cruz, é do protesto em Brasília contra a tragédia revelada pelo relatório.

Enquanto a população que mais defende a floresta é dizimada, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, detectou a derrubada de 10.781 km² de florestas entre agosto de 2021 e julho de 2022. Ou sete vezes a cidade de São Paulo.

O segundo desmatamento superior a 10 mil km² na Amazônia Legal - os maiores dos últimos 15 anos - soma 21.257 km² devastados, correspondentes ao Estado de Sergipe.

Os 36% de área desmatada no último ano ocorreram em 32 municípios na confluência do Amazonas, Acre e Rondônia, batizada de AMACRO. Os estados líderes em destruição são o Amazonas, com 3.858 km², Mato Grosso, 1.620 km², Rondônia, 1.312 km² e Acre, com 865 km² devastados. 

Para termos de comparação e de velocidade do desmatamento, a alta na Amacro foi de 29%, e na região amazônica, 3%.

Já as invasões de terras indígenas cresceram 212% neste Governo, segundo o Observatório do Clima. Só em 2011 foram 305 casos, um recorde, conforme relatório do Conselho Indigenista Missionário.

A média atual, de 275 casos, ultrapassa, e muito, a média anual de 88 casos de 2016 a 2018, informa o site ClimaInfo. Não por acaso, também foram registrados recordes de suicídios e assassinatos de povos indígenas neste Governo.

O site revela ainda que a decisão judicial que anulou a criação do Parque Cristalino II, no Mato Grosso – à qual o Ministério Público recorreu – acarretou o desmatamento de 875 hectares.

A consultora jurídica do Observa-MT, Edilene Amaral, contabiliza 44 propriedades privadas dentro da área do parque. O pior é que todas essas informações seguem os padrões da atual gestão, que continua a teimar em não perceber o valor – financeiro e ambiental – da floresta em pé.

Urge que o mandatário e os que executam sua (des) política ambiental sumam de vista e paguem por seus crimes, antes que seja tarde demais...



Comentários

  1. Uma tragédia para o meio ambiente...barbárie e os assassinos à solta

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  2. Anna Paes
    Chorei com esse post! Desesperador!

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  3. Tony de LimaVer perfil de Tony de Lima
    TEMOS URGENCIA NA SAÍDA DESSE GOVERNO E O INICIO DE UMA NOVA ERA PARA OS INDIGENAS.

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  4. Alcebiades Abel Filho
    A matança de índios é uma PERVERSIDADE histórica em toda nossa trajetória civilizatória. E não parou, continua...

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