Campanha burlesca
Após as ameaças que passamos no último 7 de Setembro, esse Bicentenário parece
que vai ser diferente, com o acréscimo de ingredientes de última hora para
transformar nossa festa cívica em evento de campanha eleitoral.
Foi
ideia da médica e puxa-saco Nise Yamaguchi, que defende a ineficaz
hidroxicloroquina para curar a Covid, de importar para solo brasileiro o
coração de D. Pedro I, símbolo de um liberalismo raramente praticado pelo atual
governo.
Será
uma arriscada viagem, com chegada prevista para amanhã, em avião da FAB, do órgão que repousa há 187 anos num sarcófago (foto) da Igreja da Lapa, no Porto (Portugal).
Nos
150 anos de independência, em 1972, durante a ditadura militar, um acordo com a ditadura salazarista permitiu que os ossos do mesmo imperador também passeassem
pelo Brasil.
“Acho
que se Dom Pedro fosse vivo estaria dando voltas no túmulo e ia querer ficar com seu coração agarrado a si”, ironiza, no Globo, o
sociólogo João Teixeira Lopes, da Faculdade de Letras do Porto.
Já
para Rui Moreira, parlamentar de direita com função equivalente a de um prefeito
na mesma cidade, o empréstimo seria uma forma de apoiar o atual mandatário
brasileiro. Enquanto Laurentino Gomes,
autor dos robustos “1808”, “1822” e “1889", vê a medida como “atabalhoada”.
“Faltando
um mês para o bicentenário, não existe sequer um programa organizado”, alega o escritor.
É
o que se vê em relação às idas e vindas do tradicional Desfile de 7 de
Setembro. Segundo o Estadão, a inteligência militar já detectou tentativas
de radicais se infiltrarem no evento, daí a desistência pelas Forças Armadas do ato
em Copacabana. A parada no Centro também melou.
Até
agora, o previsto são demonstrações de força em voos rasantes da esquadrilha da fumaça nos aviões da
FAB, e exibição de paraquedistas do Exército na Av. Atlântica, além de navios da
Marinha ancorados a 1 km da orla.
Após
a sequência de ameaças feitas antes da posse de Alexandre de Moraes na presidência
do TSE – desde então não voltamos a ouvir ataques do mandatário às urnas ou aos
ministros de toga –, a campanha ainda vai tentar vender a ideia de que o mi (n)
to afastou-se dos radicais.
Ou
seja, nossa festa cívica foi rebaixada a uma burlesca campanha eleitoral digna das Chanchadas da
Atlântida. Antes isso, porém, que a carnificina.
Nanci Vianna Moreira
ResponderExcluirPura demagogia barata e saque do dinheiro público inútil como se não houvesse tanta fome.desemprego pqp
Carlos Minc
ResponderExcluir🦋🤔🪂😍☀️💪💃🏿💚🪗
ResponderExcluirRoberta Costa
Acho esse "convidado" especial de extremo mau gosto
Ines Bettoni
ResponderExcluirPra que serve esse coração?
É uma relíquia
ExcluirInes Bettoni
ExcluirCelina Côrtes, eu dispenso relíquia. Precisamos de comida pro povo.
100% de acordo!
ExcluirBlanca Eleonora De Camargo
ResponderExcluirTd q esses põem a mão apodrece