Guias de sobrevivência

 

Os que me acompanham sabem que compareço todo dia, sempre movida pela indignação contra o inominável que nos governa. Cuja intensidade pode até variar, porém, não falha.

Chegamos às vésperas das eleições do jeito menos desejável (apesar dos resultados positivos para Lula no Datafolha e Idec, os mais confiáveis institutos de pesquisa): com uma polarização capaz de descambar em violência. 

Sendo que, em quase quatro anos de (indi) gestão, o dirigente armou a população, e as barbaridades já pipocam aqui e ali.

Na quarta-feira 24 lanço “Diário da indignação, cronologia das trevas desse (des) governo” (Rebento), na Argumento do Leblon. A essas alturas, a técnica do capitão de disseminar o caos analisada no livro é mais do que conhecida. E cansativa.

Junto ao malabarismo anticonstitucional da PEC da Reeleição e ao golpe nos governos estaduais para baixar os preços dos combustíveis fósseis– agrados aos pobres e à classe média protagonizados pelo trator Arthur Lira -, o Presidente sobe nas pesquisas. Talvez o suficiente para chegar ao segundo turno.

Embora não seja petista ou lulista, eu mesma estimulei aqui o voto útil para evitar uma possível carnificina. Apesar de saber ser um desrespeito aos eleitores de Ciro – em quem votei em 2018 – e de Simone Tebet. Ambos poderiam trazer respostas ao país, se não tivessem tão poucas chances de chegar lá, o que é confirmado pelas novas pesquisas.  

E volto a ficar estarrecida ao reler meu livro. Como é possível alguém com características tão toscas, do mal, sem nenhuma realização para mostrar, continuar a enganar tanta gente?

Um fato novo, que chega a ser engraçado, é o site, tiravotodojair.com, com algumas receitas para quem – como eu – deseja a derrota do Presidente. Trata-se de um guia “para evitar a reeleição do sociopata”.

Algumas sugestões: não perca tempo tentando convencer o gado. O alvo principal são os mais-ou-minions, gente que não gosta de política e pode ser decisiva no pleito. O foco deve ser nos assuntos que mais geram rejeição, como a má gestão que afeta o custo da comida, por exemplo.

Ou os temas que mais causam dor, a exemplo da tragédia da pandemia, a destruição da Amazônia, os malfeitos dos filhos...Posso garantir, contudo, que meu livro leva, facinho, a esse mapa da mina...