Traidores da pátria

 

Enquanto assistíamos ao mal estar do Presidente durante a posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do TSE – por motivos óbvios –, o grupo bolsonarista de WhatsApp Empresários & Política dá suporte ao golpismo.

Revelado pelo jornalista Guilherme Amado, eles pregam que se Lula for eleito é preferível um golpe de estado, além de atacarem o STF e o TSE. A troca de mensagens ajuda a explicar por que o mandatário ainda insiste na ruptura, embora não se saiba o que virá após a posse de Moraes.

“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, sustentava o empresário José Koury (foto), proprietário do Shopping Barra World, em post de 31 de julho.

“Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, argumentou Ivan Wrobel, dono da W3 Engenharia de imóveis de luxo, naquele mesmo dia.

(Detalhe: o prefeito Eduardo Paes informa que esse ano não haverá desfile militar no 7 de Setembro nem em Copacabana ou no Centro, por determinação das Forças Armadas que, pelo visto, não se dispõem a apoiar o golpismo.)

“O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, defendeu o médico gaúcho Marco Aurélio Raymundo, dono da rede Mormaii.

Para o médico, mais conhecido como Morongo, “o golpe foi soltar o presidiário”, ou “o Supremo agir fora da Constituição”, ou ainda “a velha mídia só falar merda”.

Integram ainda essa tropa bolsonarista os empresários Luciano Hang, da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu, José Isaac Peres, dos shoppings Multiplan, para quem, o STF “é o mais forte partido político da esquerda que faz oposição ao Poder Executivo”.

Todos eles, depois procurados pelo jornalista, negaram o que haviam dito em suas postagens. Ainda por cima, covardes.

Além da adesão dos generais palacianos, que falam a mesma língua golpista do capitão, são esses endinheirados que ainda sustentam as teses que o Presidente não se cansa de repetir. Ajuda um pouco a entender sua insistência...