O contra ataque do medo

 


Existem muitos Jair, cada um para cada um de seus públicos. Um para os cristãos, outro para os gamers, outro para os pais e mães de família. Um feito só para você.  É assim que  funciona a extrema direita.

Na capilaridade e no multi discurso.

Segundo Theodore Adorno, a comunicação e propaganda fascistas da Segunda Guerra começam pelo discurso personalizado. O líder não fala ao povo como um todo, só ao seu povo para fanatizá-lo a partir de sua dupla força: a de um homem comum, simples, meio gigante contra o sistema.

Ao mesmo tempo, é um escolhido superior, enquanto transparece não saber e nem entender sobre nada, o que gera coesão no grupo. Prega continuamente que promove uma batalha contra uma força imaginária e por isso é perseguido por todos, numa revolução às avessas.

Lembra alguém?

Discursos contra o establishment foram importantes em 2018 para distanciar Bolsonaro de seus 30 anos na política e gerar esse líder messiânico que quase morreu pelo povo. Ganha escala com as redes sociais.

Pouco importa se é um cristão pró arma, ou um defensor da família que já se separou três vezes, ou um combatente da corrupção cheio de escândalos nas costas. 

A comunicação com públicos antagônicos entre si é o que tem feito a extrema direita se unir ao longo da história.

É como um formigueiro, onde uma formiga não sabe como a outra funciona. São grupos de Telegram, de WhatsApp, influencers que disseminam a máquina de desinformação reverberada por  políticos, matérias pagas e sites de fakenews. Resultado: construção de realidades paralelas e distorcidas.

Captura as pessoas pelo medo circular. Do comunismo imaginário, da Venezuela, do PT, da ideologia de gênero, de perder o Paulo Guedes, mesmo que elas não saibam como tudo isso afeta sua vida.

O medo agora tem de estar do lado de lá. Eles estão recuando, perdendo espaço, estão em paranoia, isolados. Não funcionam sob pressão. Só sabem atacar. Se pressionados, não sabem lidar. Estão nervosos. 

É preciso mostrar a máscara caindo, o desespero, deixá-los com medo. É hora de ataque, de inverter os polos de afeto!

(Fonte Catarse.me Normose)

Comentários

  1. Que gente pobre de espirito, essa da treva que nos acomete.

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  2. Odilon
    sempre excelente o sairdainercia deste domingo

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  3. A propaganda nazi foi assim que funcionou, na base da mentira, exatamente o que foi usado pelo bolsonarismo, mas no dia 30 vai prevalecer o bom se.nso a democracia. 13 para sairmos do status de pária do mundo. Está em jogo a democracia.

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  4. Laura Schoen
    Celina Côrtes - Adorno é muito sofisticado para explicar o “nosso amigo’. Acho que é mais simples. Ele apela para o lado racista, autoritário e dogmático de parte da população. Testemunhei aqui em NY o comportamento dos Bolsonaristas votando, fazendo barulho numa area residencial as 8 da manhã de um domingo, tentando intimidar os que entravam na fila com roupa vermelha, tentando furar a fila, e a lista é longa. Comportamento que só pode refletir os valores representados no voto pro Bolsonaro.

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