O milagre da frente ampla

 

Foi preciso o segundo turno para o milagre se dar. Sem que Lula desse um passo nessa direção eles começaram a chegar. Apoios de todas as cores e matizes ideológicas, unidas em torno da causa essencial: a democracia.

A tão desejada frente ampla aconteceu. Começou pelos artistas, que uniram seu talento e criatividade em torno daquele que sempre esteve ao seu lado, que no passado teve a ideia brilhante de trazer para o saudoso Ministério da Cultura Gilberto Gil, gênio da raça, mestre da sensibilidade.

Depois vieram Henrique Meireles, Pérsio Arida, Edmar Bacha, FHC, os ex-presidentes – fora o impichado Fernando Collor -, o ministro Joaquim Barbosa, indicado por Lula que não se furtou a encurtar o caminho do ex-presidente para a cadeia, junto a outros ex-presidentes do STF.

Até João Amoedo, do combalido Novo, aderiu.

E as duas mulheres que conquistaram protagonismo na campanha. Uma negra outra branca. Uma representante dos ambientalistas, outra dos ruralistas. Marina Silva e Simone Tebet deixaram de lado suas diferenças para somar suas semelhanças. Que são muitas.

Tebet revelou seu enorme potencial, que deve ter desabrochado diante da intensidade do aplauso coletivo, não tão abrangente na disputa à presidência. Mostrou ao que veio.

Lula fez a sua parte: "Esse não será um governo do PT."

A tão desejada frente ampla agora existe. Pronta a dar todo o suporte necessário ao petista, mesmo que ele não pince desses nomes o seu ministério. Eles estarão lá, disponibilizando os melhores planos, as melhores possibilidades de nos tirar do buraco em que nos metemos com a extrema direita.

Segundo o cientista político Sérgio Abranches, esse precioso corpo técnico, político, econômico e cultural, estará a postos para devolver um caminho de prosperidade e esperança aos brasileiros, fartos da violência e obscurantismo.

O que pode trazer surpresas positivas, dar andamento ao processo de mudança com a velocidade necessária para reduzir a dor, o desespero, retomar o rumo ao futuro no sentido inverso do mergulho que o país retroagiu em direção ao passado nos últimos quatro anos.

Se o desfecho de hoje ocorrer conforme as previsões eleitorais, podemos pensar em acordar amanhã no país que já começa a retomar as rédeas de sua democracia e justiça social.

Lula lá!