Jogo pode começar a virar

Os terroristas fanáticos convocam boicote à Copa. Pago para ver, após o 2X0 da estreia, graças à arte de Richarlison (foto), que conseguiu fazer um “L” involuntário no contorcionismo do segundo gol. Somado a seu posicionamento político.

O capitão está tão azarado que Neymar, que prometia homenageá-lo, não fez nenhum gol e ainda saiu de campo contundido. Quem sabe é o começo da virada, com a volta de nossa bandeira verde e amarela para todos os brasileiros?  

Na política, porém, o jogo segue pesado. Sobretudo pela oposição, ávida por sangue. A guerra inicial é contra o fisiologismo. David Alcolumbre, por exemplo, poderoso na presidência do CCJ do Senado, já cobrou: PEC da Transição só com ministério, de preferência da Infraestrutura.

O Centrão não apenas quer a continuidade do orçamento secreto, como quer que ele se torne impositivo. Socorro! O União Brasil, por sua vez, está em processo de se unir ao PP e assim engordar a bancada para 106 votos, que pleiteia a reeleição de Arthur Lira na presidência da Câmara.

Já a tacada de Xandão foi tão certeira que rachou os aliados do mandatário. Republicanos e PP, também multados na coligação partidária pela farsa das urnas eletrônicas de Valdemar Costa Neto, não endossam a patética ideia do PL.  

Resta saber se o efeito Copa começará a contaminar os bloqueios nas vias e invasões aos quartéis, já que no que depender da PRF, o corpo mole continua, assim como os militares não reagem ao crime contra a Segurança Nacional. 

Se esse cenário prosseguir após o 1º de janeiro, o núcleo temático da Justiça já propõe a criação da subdivisão “Crime contra o Estado Democrático de Direito”. “Se esses atos se prolongarem eles serão problema nosso”, avisa o senador Flávio Dino, cotado para assumir o Ministério da Justiça.

Especula-se derrubar o veto do capitão à lei que define os crimes contra o Estado democrático de Direito. Um de seus artigos criminaliza a comunicação enganosa em massa – esse massacre de fake news que tem movido a turba.  

Outro, prevê punições mais rígidas a crimes contra a democracia praticados por militares, passíveis de perder o cargo e a patente. Além de prisão de quatro a 12 anos a quem tentar depor, por violência ou grave ameaça, o governo legitimamente eleito.

Porém, enquanto nada disso acontece, assistimos, estarrecidos, ao tribunal de inquisição como o que proibiu Eder Rodrigues Boa Sorte (apesar do nome), pai do menino de 9 anos detido no bloqueio em Sorriso (MT), de seguir para a operação que evitaria a cegueira do filho. “Que fique cego!”, reagiu o terrorista.

A família acabou conseguindo chegar a Cuiabá, onde foi feita a cirurgia, pelo caminho que atravessou uma lavoura. 

E o ainda vice, Hamilton Mourão, tem a cara de pau de afirmar que as ações devem se voltar contra a esquerda, quando quem bagunça o coreto é a extrema direita.

Quem poderia imaginar que a vitória da democracia  descambaria em tanta baderna?