Milkshake que vem do passado
Em 2023 iniciaremos uma nova gestão cujas peças foram montadas no
passado, como bem esclarece o jornalista e professor João Villaverde, no Canal Meio.
No último governo da ditadura, do general João Figueiredo, vivíamos a desnutrição infantil, desemprego e alta inflação, com aumentos que
chegavam a 200% ao ano. Embora as ruas gritassem “diretas já”, os milicos não
queriam sair fora.
A Câmara dos Deputados, dominada pelo PDS, negou a emenda Dante de
Oliveira, que permitiria voto direto para presidente da República. São eles que
escolhem o sucessor.
Havia três candidatos, Mário Andreazza, preferido dos militares;
Paulo Maluf, dos fisiológicos, e Aureliano Chaves, vice de Figueiredo, com quem
estava rompido, que formou uma frente liberal no racha do PDS. Originou o PFL,
depois, DEM, hoje unido ao PSL no União Brasil.
Na oposição, a chapa Tancredo-Sarney, esse último, ex-presidente
do PDS rompido com o partido, que aceitou o convite do PMDB para ser o vice.
Estavam com Aureliano os senadores Marco Maciel e José Sarney. Daí
nasce a frente liberal com o PFL. Sem ela, a ditadura não teria acabado. Figueiredo
foi o único a não entregar faixa ao sucessor. Como parece que vai se repetir...
O deputado Ciro Nogueira (PMDB-Pi), pai do senador homônimo que
continua aliado ao capitão (hoje presidente do PP, criado por Maluf para fazer
tudo o que fazia o PDS sem o rótulo de “partido da ditadura"), se opunha ao
regime militar.
O PSDB, por sua vez, que nasce de um racha do PMDB, vira um partido
terminal.
PT e MDB, já sem o "P", mantêm alguma força. Para vencer a eleição apertada, Lula
foi apoiado pela maior frente ampla desde a de Tancredo-Sarney.
Havia um grupo no PFL com ideias próprias que vira o PL, o racha de um racha. Já começa disponível a jogar com quem quer que fosse, agora presidido pelo ex-presidiário Valdemar da Costa Neto. Se
fortalece na Constituinte e origina o Centrão, cujo objetivo é participar de
qualquer governo.
Ricardo Barros, líder no governo do capitão, uma das estrelas do
PP, já fala em “ficar em cima do muro” em 2023. Se as conversas entre PP e
União Brasil forem para a frente, seria a volta do PDS de 1984. E, se ele topar
apoiar Lula-Alkmin, significaria a volta do PDS. Só que democrata.
Por outro lado, os 99 deputados eleitos pelo PL serão maioria na
Câmara de 2023. Pouco mais da metade, assim como o PP, porém, são o puro suco de Centrão, à
disposição de Lula-Alckmin, caso alguns pontos sejam mantidos.
É esse o milkshake que nos aguarda no Congresso em 2023.
Alcebiades Abel Filho
ResponderExcluirDespertou minha curiosidade. Infelizmente quando se abala a estruturada do sistema, acontece coisa deste tipo.
Alcebiades Abel Filho
ExcluirCelina, fiz a leitura de sua postagem conclusão: podemos repetir um vejo jargão "a história se repete" esta é a velha trajetória da política brasileira. Quando a crise é aguda organizam uma FRENTE sentam-se a mesa para saborear o mesmo ingrediente de acordos, propostas e conchavos para acomodar variados interesses de cada um. Essa é a política brasileira que reina em um território chamado sistema.
Alcebiades Abel Filho Sim, confesso que fiquei fascinada pelo texto do jornalista, uma aula de história. Tb me deu alívio saber que apesar dessa incursão desse monte de bolsonaristas, há chances de vida para a próxima gestão!
ExcluirAlcebiades Abel Filho
ExcluirCelina, fiz a leitura de sua postagem conclusão: podemos repetir um vejo jargão "a história se repete" esta é a velhha trajetória da política brasileira. Quando a crise é aguda organizam uma FRENTE sentam-se a mesa para saborear o mesmo ingrediente de acordos, propostas e conchavos para acomodar variados interesses de cada um. Essa é a política brasileira que reina em um território chamado sistema.
Celina Côrtes
ExcluirAutor
Alcebiades Abel Filho Sim, confesso que fiquei fascinada pelo texto do jornalista, uma aula de história. Tb me deu alívio saber que apesar dessa incursão desse monte de bolsonaristas, há chances de vida para a próxima gestão!
Alcebiades Abel Filho
ExcluirCelina Côrtes o que predomina nos principais atores da política é a falta de caráter e o oportunismo são essas ferramentas que os mantém ativos na política. O LULA é um excelente articulador e sabe como mover as peças de XADREZ nesse tabuleiro chamado política.
Celina Côrtes
ExcluirAutor
Alcebiades Abel Filho Sim, a pessoa certa!
ExcluirRicardo Ferreira
Mesmo não sendo 100% palatável, mais vale o milkshake de 2023, que o coquetel de fel com estriquinina, que iríamos sorver, se o "capetão" fosse reeleito.
ainda poderemos reclamar de alguns ingridientes do milkshake, sem sermos agredidos ou assassinados, nas ruas, por hordas de zumbis ideológicos.
Deus nos ajude, e abençoe a Nação.
Carlos Minc
ResponderExcluir😍💃💥🍾🎸🚴♀️🦩