O perigo oculto dos CACs

 

Já são 18 dias desde que Lula foi o escolhido pelos brasileiros. Desde então, o mandatário encerrou-se em um mutismo, enquanto seus seguidores mais fanáticos continuam fazendo arruaças, em nome de uma democracia que eles exercem agredindo jornalistas que tentam cobrir os atos, como foi com meu ex-chefe, Marcelo Auler. 

Recebi aqui no blog a mensagem de um leitor, alegando que deseja ver o seu Maranhão com a mesma pujança de um Goiás, e que isso não será possível sem desmatamento. Não por acaso, em seu discurso na COP27, Lula lembrou que conseguiu reduzir a devastação em 83% de 2004 a 2012. 

Enquanto o agronegócio crescia 75%. 

Ou seja, a proposta de conciliar a preservação com o agro (não ogro) não só é viável, como pode chegar a melhores resultados para produtores e para o Meio Ambiente. 

Segundo levantou o site Intercept, as manifestações golpistas que “seriam cômicas se não fossem – todas – trágicas", foram especialmente dramáticas no sul do Pará, mais exatamente na BR-163, que corta a Amazônia Legal. 

Passaram-se 43 anos, de 1974 a 2017, para que a região chegasse a 86 clubes de tiro. A partir de 2019 já são mais 107 novos clubes, concentrados entre a BR-163 e a BR-158 (foto), perto do Parque do Xingu, e das Terra Indígena Menkragnoti, Kayapó, ao norte de Mato Grosso e ao sul do Pará.  

Em 2018 pouco mais de 100 mil registram-se como caçadores, atiradores ou colecionadores de armas, os CACs. Hoje são mais de 670 mil, com mais de um milhão de armas registradas (434.715 fuzis). Há poucos dias manifestantes atacaram policiais rodoviários federais e pedradas e tiros. 

Esses dados, sobre os quais a polícia também não tem acesso, vêm sendo levantados pelo Intercept. Após conseguir todos os CNPJs ativos – o que o Exército diz desconhecer -  site descobriu, por exemplo, que há clubes de tiro fora dos registros oficiais. Ou seja, são ainda muito mais numerosos. 

“Localizamos no mapa um por um e revelamos que a expansão dos clubes acontece principalmente em torno do chamado “arco do desmatamento”’. 

Então, entre esses que se arvoram na frente dos quartéis ou pelos grotões do país, há um número incalculável de gente armada. Pronta para atender ao presidente perdedor. 

Estará ele apenas hibernando para comandar essa turba?