Perdeu, mané, não amola



Enquanto o mercado se arvora em condenar a PEC da Transição, destinada a manter os R$ 600 do Bolsa Família, mais R$ 150 às famílias com filhos pequenos, entre outros benefícios sociais, eis que o PGR Augusto Aras, até então o advogado particular do capitão, considerou o empréstimo consignado do Auxílio Brasil inconstitucional.

Aberração essa, sobre a qual, não houve qualquer crítica deste mesmo mercado.

Aras reagiu à ação protocolada no STF pelo PDT, argumentando que a medida “fere a dignidade das pessoas”, por levar vulneráveis a um endividamento do qual eles não têm como se defender.

Foi mais um golpe baixo da campanha pela reeleição, que não apenas pagou pelos votos com investimentos sociais proibidos durante o período eleitoral, como forjou essa falsa sensação de bonança financeira, que desaparece na hora da cobrança por juros que eles não terão como pagar.

Ao mesmo tempo, celerados continuam à frente dos quartéis alegando fraude eleitoral, quando foi justamente o mandatário quem jogou sujo para se manter no poder e, mesmo assim, não conseguiu. O mesmo general Villas Boas, que tuitou ao STF para que não fosse concedido habeas corpus a Lula em 2018, veio a público para elogiar as manifestações.

O feitiço também se vira contra o feiticeiro, que tentou impedir que os nordestinos fossem votar no segundo turno (além de ter declarado voto no capitão). Silvinei Vasques, o diretor da PRF, indicado pelo primogênito Flávio Bolsonaro, é alvo de pedido de afastamento e de investigação por improbidade administrativa pelo MPF.

Por outro lado, Lula, como chefe de estado, encontrou-se a portas fechadas na COP27 com John Kerry, enviado especial dos EUA para assuntos sobre o clima, e com a autoridade máxima da China, Xie Zhenhua. Em reposicionamento do país que começa a deixar para trás a pecha de pária. 

Até quando continuaremos a assistir às patéticas cenas de fanáticos abraçados à bandeira, prejudicando o fluxo do DF e de outras capitais por não se conformarem com a derrota?

Como bem disse o ministro Luís Roberto Barroso a manifestantes em NY, “Perdeu mané, não amola”.

Comentários

  1. Arnaldo Moreira
    Bom dia, amiga. Gostei do editorial.

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  2. Ana Maria Santeiro Guarani Kaiowá
    perfeito.

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  3. Felipe Albano
    Esses 600 vão detonar a economia brasileira. Eu acredito que eles não vão dar tudo isso porque a economia não vai aguentar

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  4. Continuaremos vendo essas cenas enquanto os militares não superarem a equivocada noção de que são um poder superior e "mediador". Até deixarem a política para os políticos e voltarem a se ocupar de suas reais tarefas. Por exemplo, e para começar, impedir que toneladas de munição ilegal sejam negociadas entre bandidos; não deixar que navios à deriva batam contra pontes nevrálgicas; cuidar de seus equipamentos e tanques para que deixem de ser sucatas fumacentas; cuidar das fronteiras amazônicas entregues a traficantes, brasileiros e estrangeiros, e toda sorte de malfeitor que lá resolve se instalar.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Vai dar um bocado de duplo trabalho devolvê-los a seus lugares depois de tudo o que Bolsonaro fez para tê-los como aliados. Realmente esse artigo 142 é o ovo da serpente.

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  5. Neusa Ribeiro
    Isso já tá feio e muita vergonha

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