Difícil de acreditar

 


Lula ainda nem assumiu e já começamos a assistir a episódios impensáveis nos tempos do capitão. Começo pela ordem do ministro Gilmar Mendes para que Carla Zambelli entregue sua arma. Caso contrário sofrerá um mandado de apreensão.

Se bem que o ideal mesmo era ela ir em cana.

Bolsonaro exonerou o diretor geral da PRF, Silvinei Vasques, aquele que fez de tudo para impedir que eleitores nordestinos chegassem às urnas, com operações previamente proibidas. E deu a maior força aos golpistas que bloqueavam as estradas.

Talvez ele ignorasse que a medida não livrará o aliado das investigações em curso sobre sua conduta.

E exonerou também o Ministro das Comunicações Fábio Farias, que já vai tarde.

O capitão renovou por mais 15 anos a concessão do que ele costumava chamar de "Globolixo".

Em seu último suspiro no ano, o STF declarou a inconstitucionalidade do orçamento secreto, aquela pedra no sapato do país que agora inverte, como num passe de mágica, o equilíbrio de forças entre Lula e Arthur Lira.

Lira, por sua vez, que atuava com a desenvoltura de um Primeiro Ministro em país não parlamentarista, se vê ameaçado por algum concorrente à sua reeleição na presidência, embora ainda permaneça como favorito.

A votação na Câmara da PEC da Transição tratou de outra proposta com o fim do orçamento secreto. Aqueles pouco mais de R$ 19 bilhões antes destinados à rubrica serão divididos em partes iguais de R$ 9,7 bilhões: metade para o governo e metade para as emendas individuais impositivas.

O projeto aprovado ontem em primeiro turno reduz para um ano o prazo da validade da PEC e aumenta o fictício teto de gastos, que deve ser substituído por uma nova âncora fiscal.

Ontem também foi aprovado que o teto do salário do funcionalismo público subiu a R$ 46,3 mil. Será que o mercado vai reclamar?

Após a decisão sobre a inconstitucionalidade do orçamento secreto o PGR, Augusto Aras, aderiu à nova onda. Passou a compartilhar da mesma opinião. Escolha ou puxassaquismo? 

Paulo Guedes fugiu da raia. Saiu de férias até o fim do ano.  

Para desespero de Valdemar da Costa Neto, o mandatário, que manda cada vez menos, permanece mudo, talvez como moeda de troca para afrouxar o destino que pode aguardá-lo com o fim da imunidade parlamentar.

Quem não se lembra da arrogância do capitão com o concorrente nos debates presidenciais? Quem poderia imaginar que o leão se tornaria um cordeirinho manso? Se é que ele não prepara alguma surpresa para o pós posse...

Já de saída do Alvorada (o casal presidencial chorou ao perder as mordomias, Michelle chegou a se ajoelhar) -, o capitão fez sua segunda visita ao general Villas Boas, a quem deveu sua posse após o tuíte ao STF para evitar a concessão de habeas corpus a Lula. O general apoia os atos antidemocráticos.  

Seria uma visita explícita de desespero de causa?

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