O terrorismo está liberado

 

Ao contrário do que poderia se imaginar, não foi a cerimônia de diplomação de Lula que teria mobilizado os terroristas que incendiaram carros, ônibus, apedrejaram o veículo dos bombeiros e tentaram invadir a sede da PF em Brasília.

E sim a prisão do cacique que não é cacique.

Para começar, seria um paradoxo que um indígena lutasse por aquele que mais destruiu seu povo. O xavante José Acácio Serere não poderia ser cacique, por ter se casado com uma branca, se filiado ao Patriotas e virado pastor evangélico. 

E virou pastor após ser preso por tráfico de drogas. É financiado pelo fazendeiro paulista Dide Pimenta.

Foi com essas credenciais que Serere tocou terror e ameaçou. Sua prisão – a causa do quebra quebra – foi pedida pela equipe de transição. Como se viu, o ministro da Justiça que ainda não é ministro assumiu o controle da situação.

Enquanto o titular levou três horas para reagir.

Apesar dos estragos, ninguém foi preso, mesmo sob a pseudo ordem do governador Ibaneis Rocha, aliado do capitão, de “prender os vândalos”.

A prisão do líder de araque solicitada pela PGR foi executada pelo nosso xerife de plantão, o ministro Alexandre de Moraes, que acabara de garantir na solenidade de diplomação que grupos organizados que, já identificados, “serão integralmente responsabilizados” para não voltarem em 2026.

Duas forças contrárias coexistem.

Democratas que correm atrás do prejuízo e buscam corrigir os danos, penalizando os culpados.

E aqueles que querem ver o circo pegar fogo, cúmplices do terrorismo, como nunca houve em uma transição democrática.

O capitão, que tem se mantido com cara de paisagem, sugeriu que havia infiltrados no movimento, quando fotos e filmes mostram que eram os protagonistas. Enquanto a Primeira-dama alimenta os amotinados no Palácio Alvorada com lanches vips. Só faltou champanhe.

Palácio, por sinal, do qual não arredam o pé, de onde já deviam ter saído para abrir caminho ao novo ocupante. 

Assistimos ao primeiro embate violento desde a vitória de Lula. Não se sabe o que nos aguarda no 1º de janeiro. Se eles se recolherão à sua insignificância ou manterão o golpismo.

O fato é que os sinais recebidos com o quebra quebra de segunda-feira devem ter sido animadores para a turba. Como o novo governo ainda não assumiu e tem as mãos atadas, eles constataram que a conivência ainda impera.

O terrorismo está liberado.