Nova Lei do Impeachment
Após quatro anos de capitão a Lei do Impeachment, de 1950, passou a necessitar recauchutagem. O ministro Lewandowski – o mesmo que fez a diferença
para o fim do orçamento secreto – acaba de entregar à presidência do Senado uma
nova proposta, elaborada por uma comissão de juristas.
Não por acaso, entre as novidades do novo texto está a
propagação de notícias falsas, a incitação à insubordinação das Forças Armadas
e tentativa de deslegitimar os outros poderes, crimes fartamente repetidos nessa gestão. Até agora impunes.
Rodrigo Pacheco pretende assumir a
autoria do texto após análise da equipe jurídica do Senado. Daí em diante, o
projeto começará a tramitar, o que já deve ocorrer no próximo ano.
Segundo o Congresso em Foco, a proposta sujeitará a processo de impeachment
“qualquer autoridade que divulgar, direta ou indiretamente, por qualquer
meio, fatos sabidamente inverídicos, com o fim de deslegitimar as instituições
democráticas”, e “atentar, por meio de violência ou grave ameaça, contra os
Poderes constituídos”.
Integra ainda a lista dos crimes de responsabilidade a incitação de
insubordinação das Forças Armadas ou de órgãos de segurança pública, bem como
qualquer ato para “embaraçar o livre exercício dos direitos políticos, o
processo eleitoral ou a posse dos eleitos”. Rotinas do atual governo.
A apatia diante da pandemia, com delitos cometidos pelo
capitão como a prevaricação (falta de ação diante de uma irregularidade)
incluiu o crime de responsabilidade de “deixar de adotar as medidas necessárias
para proteger a vida e a saúde da população em situações de calamidade
pública”.
Bolsonaro foi recordista em pedidos de impeachment, mais de 100, devidamente embarreirados por Arthur Lira.
O novo anteprojeto dá 30 dias ao presidente da Câmara para analisar os
pedidos de impeachment e submetê-los à Mesa Direta. Ou arquivar, por não
justificar os requisitos necessários ao afastamento. Se não houver reação neste
período a denúncia será arquivada, com possibilidade de recurso.
A proposta também permite que partidos políticos com representação no
Congresso, sindicatos com ao menos um ano de atividade, cidadãos, por petição
que preencha requisitos de iniciativa legislativa popular, e a OAB apresentem denúncias que se tornem
pedidos de impeachment.
Se a nova versão for aprovada e já estivesse em vigor dois anos antes,
Bolsonaro não teria concluído seu mandato.
Melhora, mas não resolve. É um absurdo a abertura de um processo de impeachment depender somente do presidente da Câmara.
ResponderExcluirConcordo!
ExcluirCarlos Henrique Trindade
ExcluirExcelente. Eu adicionaria a necessidade de se fazer um teste de sanidade mental aos candidatos à presidência
Sim, e como disse acima a Liane, não limitar a decisão ao presidente da Câmara
ExcluirNelson Franco Jobim
ExcluirSim, poderia começar com o apoio de 1/3 da Câmara, sem depender do presidente.
Cristina Rêgo de Queiroz
ResponderExcluir👏🏻
Airton Genaro
ResponderExcluirPois é, como dizem " se tudo correr bem" podem mudar muitos " desmandos" inconstitucionais que se tornam portarias e medidas provisórias que depois de algum tempo passam a ser permanentes para beneficiar os interesses dos " doutores da lei"...
Don JC Bispo
ResponderExcluirConcordo, mas é preciso vê se não estão tentando criar uma brecha na lei pra tentarem o impeachment do Lula de forma indevida.
Muito bem observado
Excluir
ExcluirDon JC Bispo
“Celina Côrtes exatamente, pois o poder na mão de um se corrompe. ”
Nelson Jobim
ExcluirO impeachment é um instrumento arcaico. Melhor é o referendo revogatório. Quem elege deve ter o direito de deseleger.
Marisa Calage
ResponderExcluirA verdade sempre aparece, não importa o tamanho da perversidade!
Nanci Denardi
ResponderExcluirSe forem aprovadas essas leis, só Deus sabe quando serão aprovadas . . . . 💤💤💤💤💤💤
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ResponderExcluirMarcos Cirano
ResponderExcluirSó lembrando: Lula também foi contra o impeachment do capitão e recomendou, em entrevista, que o PT, maior bancada à época, não apoiasse a instalação do processo. Lula disse: "Impeachment é coisa séria. Não se tira um presidente do cargo somente porque não se gosta desse presidente." ... Não devemos apagar a História com uma borracha, mas infelizmente é isso que estamos fazendo todos os dias.