Dino: "Minuta é elo perdido do golpismo"
Embora
tenham prevalecido comentários superficiais sobre a minuta encontrada no
armário de Anderson Torres, aquele seria o “elo perdido do golpismo”, como define o ministro da Justiça, Flávio Dino, no Conversas com o Meio.
“É bem
escrito, há engenho naquilo, não foi um delírio momentâneo de alguém que estava
ébrio, a não ser embriagado nos seus despotismos íntimos”, avaliou Dino,
para quem o documento não teve uma autoria individual, que deve vir à tona nos
próximos dias.
Seria um
plano junto à diplomação, “que deveria desencadear um golpe”, completou, “
exatamente no momento em que o novo governo não se instalou e a sociedade está
ocupada com seus eventos familiares de comemoração do Natal.”
O ministro
lembra que a decisão de Lula - com quem falou por telefone ao serem ambos surpreendidos
pela invasão do Congresso – pela Intervenção Federal, civil, foi uma opção à GLO, que “evidenciaria que só os militares podem restabelecer a
ordem no Brasil.”
Para Dino,
a invasão foi uma espécie de “coluna do Olímpio Mourão Filho” (que desencadeou
o golpe de 1964) com aquele simbolismo poderosíssimo de tomada dos três poderes,
seguido de um efeito dominó que mobilizasse outras unidades militares e
instituições civis em marchas comemorativas pela Av. Paulista”, exemplifica.
“Os
golpistas, possuídos pelo ódio satânico, promoveram a violência que assustou
pessoas que não gostam do presidente Lula mas não são a favor de arrancar Jesus
Cristo da parede e pisotear na Praça dos Três Poderes”, citou.
Como se viu, em poucos minutos o presidente conseguiu unir os presidentes das casas legislativas e do STF em torno da democracia, depois seguido pelos 27 governadores.
No início
da próxima semana Dino entrega a Lula o que batizou de “pacote pela democracia”,
com uma série de revisões que fortaleçam o arcabouço institucional
brasileiro para dar conta desse novo fenômeno de extremismo de direita, também manifesto em outros países.
E, sobre o
futuro de Bolsonaro, sua única certeza é a de que não haverá fronteiras para
as investigações. “Não há intuito de vingança ou de imunidade. Aqui não vale
grito. Vale a lei.”
O ministro aposta que o sentimento majoritário das Forças Armadas nesse momento é o da legalidade. “Tanto é que continuo sentado na cadeira de ministro”.
A tarefa, agora, é separar o joio do trigo.
Muita gente será presa nos próximos dias e talvez meses. A democracia precisa afastar generais e demais golpistas e as FA precisam mexer no que é ensinado nas escolas militares para acabar com o fantasma do comunismo ã sonbra de quê e do qual se perpretraram todos os golpes ao longo da história brasileira. As FA são uma instituição do estado apenas.
ResponderExcluirA politização das FA foi um dos piores legados de Bolsonaro
ExcluirO Brasil precisa de um choque de legalidade. Não se trata de revanchismo, mas quem atenta cintra o estado de direito tem que ser preso, independente da patente. Sem isso, o Brasil continuará refém desses dândis políticos.
ResponderExcluirSe não houver uma reação à altura tudo vai continuar a se repetir do mesmo jeito
ExcluirMárcio Mello
ResponderExcluirTudo porque o brasileiro não tem memória, ou escrúpulo...