O elo entre Bolsonaro, militares e golpistas

 

Bomba! Conforme investigações autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, fazia o mesmo papel de operador de 'rachadinhas' desempenhado por Fabricio de Queiroz para Flávio, o 01.

O modus operandi já é batizado de ‘rachadinhas palacianas’.

Pela denúncia do Portal Metrópoles, a descoberta liga o antigo gabinete do capitão à mobilização de atos antidemocráticos, além das graves suspeitas de caixa 2 no Planalto, com dinheiro vivo que vinha de saques a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.

Íntimo de Bolsonaro, Cid era companhia frequente e guardião do celular do chefe. Além de atender ligações, também pagava contas com dinheiro do caixa informal que gerenciava, sobretudo, da agência 3606 do Banco do Brasil que funciona dentro do Palácio do Planalto. 

As faturas de um cartão emitido em nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga íntima de Michelle, custeava as despesas da ex-primeira-dama. Rosi já conhecia a desde os tempos da Câmara e foi ela quem a apresentou ao futuro marido, na época deputado do baixo clero.

Além dos valores sacados com cartões corporativos, há indícios de saques feitos por outros militares ligados a Cid e repassados ao tenente-coronel. São detalhes ainda mantidos sob sigilo, que indicam a existência de lavagem de dinheiro.

A equipe de Cid seria responsável por quitar – em espécie, assim como Queiroz – os boletos do presidente, da primeira-dama e de seus familiares.

Pelas mensagens de texto e áudio, Cid seria ainda o elo entre Bolsonaro e radicais que instigavam a militância bolsonarista a atentar contra as instituições. Entre eles, o blogueiro Allan dos Santos, ainda foragido nos EUA.

O capitão sabia de tudo o que Cid fazia, tanto dos pagamentos do clã quanto da interlocução com os radicais. O material encontrado até agora já compromete os dois.

Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, colega de Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército. De major passou a tenente-coronel ao atuar no Planalto.

Se a minuta foi o elo para o golpe, Cid é o elo entre o ex-presidente, os militares e os golpistas, além de garantir recursos extras para manter o conforto de todo o clã.