Um plano (quase) perfeito

 


“Falha operacional” e “ação programada de profissionais treinados”. Essa é a síntese do relatório apresentado ontem ao STF pelo interventor federal na segurança pública, Ricardo Capelli (foto), braço direito do ministro Flávio Dino.

O que será que o secretário de segurança preso, Anderson Torres, dirá sobre isso no depoimento que prestará nesta segunda-feira? Por que o responsável pela integridade do Congresso fugiu para Orlando – onde está Bolsonaro – antes de iniciadas suas férias diante de tal ameaça?  

Segundo o documento - com mais de 60 páginas e 17 anexos com imagens das câmeras de segurança do entorno da Esplanada e da Praça dos Três Poderes -, apesar dos potenciais riscos apontados pela Abin, não foi feito qualquer alerta da secretaria de Segurança do DF.

Quem se arrisca a dizer por quê?

Se não houve alerta, tampouco foi feito qualquer planejamento, apesar dos comunicados dos comandantes da PM do DF nos dias 6, 7 e 8 de janeiro. “Protocolos não foram respeitados.” Não houve qualquer ordem de serviço convocando reforço do efetivo previsto para 8 de janeiro.

Neste dia, os policiais estavam apenas de sobreaviso, quando ficam em casa e só trabalham se acionados, e não de prontidão para emergências. Batalhões importantes, como o Bope e BPcães sequer foram acionados.

Nove comandantes da PM estavam de férias ou licença. Anderson, cujas férias sequer tinham começado, tinha zarpado para os EUA, mesmo informado do risco de ato violento.

O então comandante da PM, Fábio Augusto Vieira, chegou a pedir mais batalhões e efetivos à Praça dos Três Poderes durante as invasões. Não foi atendido, porém.

Entre as imagens anexas ao documento, uma delas exibe os cerca de 150 PMs novatos na linha de contenção na frente do Congresso, sem os equipamentos adequados para a função.

Os 550 PMs destacados para a zona central de Brasília eram insuficientes para conter os vândalos.

 O relatório mostra ainda a montagem do acampamento em área de segurança do Exército, logo após o segundo turno das eleições. Foram relatados furtos e roubos no local em 73 BOs, sem que houvesse quaisquer reações das forças de segurança.

Ou seja, não é difícil concluir que o capitão armou uma estratégia eficiente: plantou seu ex-ministro no comando da segurança da capital, e seu fiel ajudante de ordens (o tenente-coronel Mauro Cid) no controle do batalhão de operações especiais a três horas de Brasília.

Tinha tudo para dar certo. Só que não deu.

 

Comentários

  1. Virgilio Gomes
    Não vi um jato d'água nos terroristas Bolsonaristas, tanto tempo acampados, um banho lhes faria bem.

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  2. Arnaldo Moreira
    Ontem fomos assistir o show do Chico, com direito a "sem anistia" e "Lula lá"!

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  3. Iolanda De Farias Chaves
    Foram 4 anos de articulação para um futuro golpe! Os militares no Brasil não são os cidadãos de bem, era a interação perfeita no plano dos abutres. Não houve um plano de governo! O Brasil ficou a deriva e o povo apesar de envenenados com as fake news reagiram e elegeram o Lula! A conspiração rolou a solta na porta dos quartéis e o quebra quebra se deu nos três poderes. Pasmem diante da covardia e falta de compromisso das forças armadas em proteger a constituição!!!! Porém para a felicidade dos brasileiros que amam a democracia, o plano não foi perfeito! O bem venceu o mal...ainda estamos na luta pela tão merecida liberdade e direitos igual para todos no nosso Brasil varonil!

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  4. Mariane Capelli
    Orgulho do meu ilustre parente.

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  5. Alcebiades Abel Filho
    O BOLSONARO direta ou indiretamente possou-se de "mito" não somente para o seu gado subalterno (o povão) como também para o seu alto escalão. O que se percebe é uma tentativa de golpe feita por amadores ou aprendizes de feiticeiros. Se houvessa o trabalho de inteligência com a PRF, as PMs, os MILICIANOS e parte considerável das forças armadas é lógico que teriam êxito. Entretanto a marca registrada do governo BOLSONARO foi a BURRICE e a incompetência. Armaram um circo sem uma infraestrutura de organização. Do outro lado o seu adversário (o LULA) organização um governo de transição TOP DE LINHA com um quadro de administração política que talvez seja a melhor da história contemporânea deste país . Com uma FRENTE que aos poucos se conscientizam que a integração é possível em todos os segmentos deste país para se soerguer dos escombros de destruição que BOLSONARO esta deixando o país. As manifestações de 8 de janeiro consolidou a necessidade urgente desta FRENTE AMPLA. Todos se sentiram ameaçados e BOLSONARO e seu "patriotas" ou melhor esse bandos de idiotas deram uma descarga violenta de um TIRO NO PÉ.
    O alto escalão BOLSONARISTA como a ralé fantástica, que tem em comum o fanatismo pelo "mito " deixaram-se INFEITIÇAR pelas bravatas de BOLSONARO. Resultado: estão todos a beira do abismo...

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