Cai a farsa de Pazuello

 


Parece até brincadeira de crianças...

Pelo Estatuto Militar, um general da ativa não pode participar de atos políticos. Ponto. Com a quebra do sigilo de 100 anos, ficamos sabendo que o então comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, foi comunicado previamente da participação de Pazuello, por telefonema do próprio, de ato pró Bolsonaro.

Parecia que seria a gota d’água para o início da queda do então presidente. Só que este criou uma situação de encontro compulsório com Nogueira. Resultado: Pazuello, já ex-ministro da Saúde, passou ileso de sua transgressão.

Seu argumento era de que aquela motociata, em maio de 2021, no Rio, não era um ato político. Então tá.

De lá pra cá, a mudança mais forte foi a ascensão de Nogueira e ministro da Defesa. E sua transformação em bolsonarista de carteirinha quando, antes, ele havia peitado o presidente, mostrando que no Exército havia menos Covid pelas proteções adotadas. Contrárias ao que pregava Bolsonaro.

A transgressão de Pazuello gerou um processo administrativo, que acabou arquivado. Isso por que ele alegou que iria ao passeio com o presidente devido aos "laços de respeito e camaradagem" que mantinha com o mesmo. Ah, então tá.

Nogueira justificou o arquivamento por considerar que a participação do militar no ato “não teve viés político-partidário", porque ele falou de "forma improvisada" e apenas "cumprimentou os presentes e enalteceu o passeio" realizado.

Ah bom! Tudo o que assistimos não passou de miragem...

Pazuello disse desconhecer que haveria um carro de som no local e ter sido “surpreendido” pelo pedido de Bolsonaro para que discursasse. “Fiquei mais surpreso, ainda, quando o presidente passou às minhas mãos o microfone para que me dirigisse ao público".

Coitadinho, tão ingênuo...

E, pasmem, ele também se surpreendeu ao ser reconhecido pelos presentes na área reservada, após sua catastrófica gestão na Saúde. Daí, quem o convidou a subir no caminhão?

Acertou quem disse o tenente-coronel Mauro Cid, aquele das ‘rachadinhas’ para o clã quando era ajudante de ordens, além de organizar a tal reunião em que Bolsonaro denegriu nosso sistema eleitoral para um grupo de embaixadores.

O convite de Cid, diga-se de passagem, deu-se “por orientação do presidente”. Que marcava, ali, mais um gol em seu projeto de politizar os militares.

Ou seja, era como se o general fosse convidado a comer o fruto proibido. Aceitou porque não sacou. E ficou tudo por isso mesmo, tanto que foi o segundo deputado mais votado do Rio. Na foto, vê-se o quanto ele curtiu aquele ato...Enquanto Nogueira entra para a história como o transgressor mor.

 

 

 

Comentários

  1. Odilon
    da série generais canalhas, tenho recordado um pouco de nossa história e percebo que nossos militares viveram de golpes a recordar a bomba do riocentro que a única condenação foi explodir no colo dos criminosos com nenhuma punição aos militares assassinos e covardes sempre

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eles estão sempre prontos para dar o bote. Enqto não mexermos no fatídico artigo 142 a cena vai se repetir, sobretudo se os culpados não forem punidos

      Excluir
    2. É dúbio e pode ser interpretado como se as Forças Armadas fossem um poder moderador, acima do Executivo, Legislativo e Judiciário. Os juristas decentes negam essa possibilidade, mas se ele dá margem a dúvidas (tem um juiz canalha, Ives Gandra, sempre lembrado pelos milicos que banca essa tese), tem de ser extirpado. Ele já foi escrito dúbio, numa composição que também incluiu a anistia. O (querido) Flávio Dino fez uma série de propostas logo após o 8 de janeiro, mas não incluiu essa (como já lembrei no blog), essencial, que começou a ser discutida na semana passada.

      Excluir
    3. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
  2. Cintía Hubner
    Já passou da hora desses golpistas irem presos.

    ResponderExcluir
  3. Lelia Luisa Oliveira
    Militares Amarelando Frouxos

    ResponderExcluir
  4. Regina Coeli
    Da série idiotice tem limites

    ResponderExcluir
  5. Fatima Oliveira
    Esse lixo teria que ser empacotado para a reciclagem.

    ResponderExcluir
  6. Felipe Albano
    Nem o exército é sério nesse país, estamos no país do bundalelê,

    ResponderExcluir
  7. Antonio José Coneglian
    Os militares tem certeza que todos os civis são ingênuos

    ResponderExcluir


  8. Vanderlei Jampaulo Jampaulo
    Emoji vomitando

    ResponderExcluir

  9. Amaury de Souza Amaral
    Ah... se surpreendeu em ter nascido!

    ResponderExcluir
  10. Reinaldo Müller
    Depois que Bolsonaro abriu "a caixa de Pandora", tudo foi possível.

    ResponderExcluir
  11. Homero Mattos Jr
    'lei' e 'Constituição', no Brasil, são como sua Independência e República: para a classe dominante não existem de modo algum; para a classe subalterna existem como fantasias no carro alegórico de uma escola de samba nefasta.

    ResponderExcluir
  12. Nelson Chapira
    Os fardados que convivam com seus camaradas que não resistem a uma boquinha.
    Bem disse Geisel que o Bozo era um "mau militar". Pelo visto, achou companhia. Até entre eles havia gente séria. Havia.

    ResponderExcluir
  13. Constancia Kelly
    No Brasil, tudo acaba em pizza.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Tudo muito inverossímil

Trump é o Hitler do século 21

Gonet confraterniza com bolsonaristas