Digitais militares no 8 de janeiro

 


Para os ministros do STF, já há provas suficientes sobre crimes cometidos por militares, de várias patentes, no 8 de janeiro, segundo o colunista Guilherme Amado.

A começar pela proibição da PM do DF de desmontar o acampamento golpista. Militares de patentes mais altas teriam permitido a transformação daquele espaço em célula terrorista. Ali foram planejados e partiram os ataques ao Congresso naquele domingo.

Os generais Gustavo Dutra de Menezes, do Comando Militar do Planalto, e Júlio Arruda, do Comando do Exército, negaram a remoção ao interventor, Ricardo Capelli.

Depois de preso, o coronel Jorge Eduardo Naime, então comandante de Operações da PMDF,  também disse ter sido proibido de desmontar o acampamento em dezembro, quando o Exército era comandado por Marco Antônio Freire Gomes, ainda na gestão Bolsonaro.

Os ministros veem um conjunto de provas, formado pelos depoimentos já prestados e outros que ainda deverão ocorrer nesse roteiro explícito de crimes.

A confirmação de conivência e omissão proposital durante os ataques está em vídeos: mostram a Guarda Presidencial do Palácio do Planalto, formada por militares do Exército, inativa e liberando a invasão e destruição do Palácio.

Imagens corroboram que a Guarda Presidencial queria liberar a saída dos golpistas, ao invés de detê-los. O controle dos vândalos só ocorreu depois que a PM do DF entrou em cena.  

Conforme um assessor, que em anonimato,  “desde a chegada dos invasores o Palácio estava abandonado, as funções e os pontos de localização dessa guarda estavam abandonados.”

Ele se perguntava: “onde eles estavam? Por que eles não atuaram? É impossível você acreditar que o batalhão presidencial, que é o responsável por aquela casa, não atuou conforme sua função.”

E quem estaria no comando? “Pra mim fica muito claro que ocorreu alguma omissão ou conivência.”

O fato é que as investigações seguem a todo o vapor e, espera-se que, dessa vez os culpados serão castigados. É o único jeito de que essa tenebrosa cena não se repita.

PS: Flávio Dino criou uma força-tarefa na PF para investigar o assassinato de Marielle, que faz 5 anos em 14 de março. 

PS1: Caros leitores, fujo para o mato no carnaval. Volto na quinta-feira 23. Aproveitem a folia!

 

Comentários


  1. Carlos Nascimento
    Tem comando demais nestas forças armadas, bem ao estilo de arranjos e re-arranjos de cargos políticos criados para acomodar amigos. Alguém com coragem para falar sobre isso? Mais, de tocar nisso?

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