Generais serão investigados

 

As celas estão cheias de golpistas. São 1.398 presos, 835 denunciados pela PGR, 645 ‘incitadores’. Nenhum militar. Essa festa, segundo a IstoÉ, acabará em breve, quando será apurada a participação de generais próximos ao capitão.

Entre eles, destaca-se Augusto Heleno, ex-ajudante de ordens do general Sylvio Frota, articulador de um golpe da linha dura contra o ex-presidente Ernesto Geisel.

Agora, foram roubadas armas e munições do GSI – comandado por Heleno -, cujos militares teriam facilitado a fuga dos vândalos. Especialistas admitem seu protagonismo na autoria do 8 de janeiro, por conivência e falhas propositais.

O problema é provar.

Heleno já conspirava há meses. Ele teria usado o cabedal técnico do GSI e influenciado as Forças Armadas para evitar a posse de Lula. E, na invasão do Congresso, o órgão que comandava facilitou o acesso da turba ao Planalto.     

“Foi uma tentativa de golpe, que não se consumou porque faltou maioria no Exército”, justifica uma fonte da revista.

Essas tentativas foram viabilizadas via reuniões com o general Braga Netto e os comandantes das três forças, intermediadas por Heleno. Foi aí que teria nascido a tal minuta golpista. “Não foi uma brincadeira, estivemos a um passo do golpe”, completa a mesma fonte.

Em 2021, por exemplo, a ativista Sara Winter admitiu ter sido diretamente orientada por Heleno quando articulava o “acampamento dos 300”. Ele a teria influenciado a começar a bater no STF, atacado na época com fogos de artifício.

Quando Bolsonaro fugiu para os EUA, um dos posts mais compartilhados nas redes bolsonaristas mostrava um link do DO que transferia a presidência a Heleno, “o melhor estrategista do país, talvez do mundo.” O general, porém, nunca chegou aos pés de um Golbery...

Não por acaso, após o 8 de janeiro o Heleno sumiu das redes sociais, cujo acesso era intenso logo após o segundo turno. Já o novo chefe do SNI, o general da reserva Marco Edson Gonçalves, só abriu uma sindicância em 26 de janeiro.

O governo, por sua vez, vê com ressalvas a investigação sobre militares, para evitar que a má vontade destes continue forte contra a atual gestão.

Enfim, as evidências estão na mesa. Resta saber o que será feito delas...