A volta da indignação

 

Após vários rebates falsos agora parece ser para valer: o capitão chega em Brasília na manhã desta quinta-feira (30). A passagem já foi inclusive comprada pelo PL, que planeja uma recepção triunfal ao mi(n)to.

Por partes. Será que aquelas multidões acampadas a pão e água na frente dos quartéis vão perdoar a fuga para os EUA, sob o pretexto de não passar a faixa ao sucessor? Como se sentem os seguidores abandonados, sem satisfações?

Fuga que, tudo indica, era uma estratégia para se distanciar do golpe armado no 8 de janeiro junto a militares, que sentiam-se como bezerros desmamados diante da posse de Lula.

O fato é que as técnicas de marketing do bolsonarismo são velhas conhecidas. Mesmo que ele seja aguardado por apenas meia dúzia de gatos pingados, as mídias sociais transformarão o desembarque no show das multidões.

Com certeza Carluxo estará a postos para isso.

Afinal, a construção do mi(n)to deu-se exatamente dessa forma: pequenos grupos reunidos em aeroportos desde o início da campanha, transformados em centenas pelos macetes das redes sociais. Foi assim que o pesadelo começou.  

A mesma covardia de quem não foi capaz de cumprir o rito democrático volta a se manifestar: a data foi programada para acontecer durante o período em que Lula estaria na China liderando a delegação de centenas de empresários, governadores e parlamentares.

Eles só não contavam com a pneumonia, que oode adiar a viagem do presidente para maio...

Conforme Malu Gaspar, o objetivo do PL é transformar o desembarque do ex-presidente em grande evento político, assim como fazia o falecido e dedicado apoiador Gustavo Bebianno, depois abandonado pelo antigo chefe quando não tinha mais serventia.

Enquanto Lula está cheio de problemas na Economia – a maioria deles fruto da herança maldita -, o antecessor volta posando de bonzinho, após ter devolvido as joias e armas das Arábias, como se nunca quisesse delas se apropriar.

E como se não tivesse nada a ver com o 8 de janeiro, quando todas as atitudes dos golpistas seguiam as regras de sua cartilha. Tim tim por tim tim. Pouco parece se importar com a prisão de seu testa de ferro Anderson Torres (até quando ele vai segurar o silêncio capaz de incriminar o chefe?)

É como se ele não fosse alvo de 16 ações de inelegibilidade. A mais ágil, pautada pelo PDT, é sobre a reunião de embaixadores em julho de 2022 (foto), recheada de teorias golpistas e descrença em nosso sistema eleitoral.

Parece que o ex-mandatário quer retomar a ‘vida normal’ em sua volta ao Brasil. Sabemos o que isso significa: um turbilhão de mentiras para marcar seu papel de oposição, facilitada pelas ajudinhas concedidas pelo presidente do BC.

A indignação já tem data marcada para recomeçar.

E dedicado apoiador 19 fotos