Aliado na caserna
Após a sucessiva forçação de barra do
governo anterior pela politização de militares – teve até general em comício eleitoral
-, é um bálsamo ouvir do novo presidente do Superior Tribunal Militar (STM) que
“as Forças Armadas não são um poder”.
O ministro Francisco Joseli Parente Camelo (foto) fez a
afirmação à colunista Andrea Sadi, e acrescentou que a manutenção do Estado de
direito e as decisões jurídicas finais cabem ao Supremo Tribunal Federal.
Como se sabe, um dos argumentos invocados pelos golpistas era o de que o artigo 142 da Constituição daria o poder moderador – acima dos três poderes – aos militares.
O brigadeiro Camelo inviabilizou o
argumento.
Ainda sobre o 142, o ministro afirmou
que a garantia da lei e da ordem prevista pelo artigo não se restringe às
Forças Armadas. Para o magistrado, a medida só deve ser usada excepcionalmente, em
situações extremas.
O novo ministro foi piloto do avião
presidencial nas gestões de Lula e Dilma. Portanto, é próximo a ambos. Quem
acha, porém, que sua nomeação veio do governo, se engana. A escolha partiu de seus próprios pares no STM.
E, para o alívio geral da nação, Camelo
também é a favor da PEC que proíbe candidaturas políticas por militares. O
magistrado sustenta que quem quiser se candidatar a cargos políticos terá de
passar à reserva.
Para
completar, o brigadeiro deixou claro que o envolvimento de militares nas tentativas
do ex-presidente de entrada ilegal no país das joias presenteadas, sem prestar contas à
Receita, deve ser julgado pela justiça comum.
Ele
admitiu, contudo, que o sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, que tentou resgatar
as joias em avião da FAB, poderá ser responsabilizado pela justiça militar.
“Isso
vai ser analisado quando começarem as investigações, porque poderá haver casos
que venham para a Justiça Militar, mas, no geral, não é o caso”, esclareceu.
Era
tudo o que Lula precisava nesse momento de bombardeio por toda parte. Os
bolsonaristas devem estar se mordendo...
Ao
menos no terreno militar parece que a situação começa a voltar à normalidade,
embora sequer tenham se iniciado os julgamentos dos envolvidos no 8 de janeiro.
Como
se viu, até o ex-chefe de operações da PM no DF admitiu que o Exército
dificultou prisões durante os atos antidemocráticos. Muitas águas ainda vão rolar, mas a bola parece dominada...
Gilmar Camargo
ResponderExcluirE o planeta Terra ( Não a plana) girou.
Jair Neves
ResponderExcluirAté que enfim. estamos livres desse lado politiqueiro de parte dos militares.
Virgilio Almansur
ExcluirJair Neves duvideodó
Pois eu sou capaz de acreditar, inclusive pelo general escolhido para chefiar o Exército
ExcluirLuciaMaria Maesano Barbosa de Souza
ResponderExcluirESCÓRIA
Rosa De Lourdes Azevedo Dos Santos
ResponderExcluirO bom senso veio à tona.
Antes tarde do que nunca!
ExcluirAlcebiades Abel Filho
ResponderExcluirÉ uma contradição interpretar que o artigo 142 da constituição classifica as forças armadas como poder moderador. Ora, se a CONSTITUIÇÃO representa o retorno do ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO , ao se libertar da DITADURA MILITAR, de maneira nenhuma os constituintes iriam colocar as forças armadas como poder modelador. Isto é uma coisa óbvia . É uma bobagem insistir nessa discussão.
Sim, é o óbvio ululante, porém esses reacionários estão sempre torcendo a verdade
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