Digitais do capitão na pandemia

 


Com um largo intervalo de 17 meses para passar dos 600 mil, chegamos aos 700 mil óbitos pela Covid-19. O caso inaugural aconteceu em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo.

Foi um homem de 61 anos acabava de chegar da Lombardia, onde o vírus já se manifestava.  

A primeira morte ocorreu menos de um mês depois, em 12 de março, também em São Paulo. Hipertensa e diabética, a vítima tinha 62 anos. O país já contava 234 casos da doença, declarada pandemia em 11 de março de 2020 pela OMS.

No sinistro período entre 2020 e 2022, nada causou mais revolta que o comportamento negacionista do capitão, que colecionou frases infelizes como “E daí?” e “Não sou coveiro”. Abaixo, trechos de um post de 11 de abril de 2021:

“Curioso país o Brasil. Será necessária a abertura de uma CPI para revelar o que só não sabe quem não quer. Sempre voltado aos interesses do empresariado, aos seguidores e à sua reeleição, desde o início da crise sanitária o presidente manifestou profundo desprezo pela vida humana. 

Sempre sabotou o isolamento social e as máscaras. Negou que tivesse chamado a Covid-19 de gripezinha, porém, as gravações de sua fala estão aí para assombrá-lo.

Após tirar Mandetta e Nelson Teich do ministério da Saúde porque seguiam normas da OMS e negavam-se a recomendar a cloroquina, chegou-se ao general Pazuello, com sua sucessão de desatinos. Quem não se lembra da patética frase “um manda e o outro obedece”?

E daí se seguiu uma sequência de erros crassos, como o desdém pelas vacinas – agora escassas pela mais grosseira ausência de logística -, o envio de cloroquina a Manaus quando os doentes morriam por falta de oxigênio. 

As provas abundam de que Bolsonaro errou, foi omisso e fez por merecer a alcunha de genocida. (...) Após a Anvisa decretar a ineficiência da cloroquina e do kit-covid, o capitão ameaçou voltar atrás em sua propaganda. 

Durou pouco. Talvez um dos momentos mais patéticos tenha sido sua imitação de alguém sem oxigênio. A loucura é tanta que ele incitou seus seguidores a invadir hospitais para provar que as pessoas não estavam morrendo de Covid, infernizando o trabalho dos sobrecarregados profissionais de saúde.

Só um milagre poderia salvar Bolsonaro se a CPI for levada a sério. (Vimos que não foi.) Quantos vão precisar morrer para confirmar o óbvio? "     

 

Comentários

  1. Luiz Claudio Silvas Silvas
    Infelizmente, perdemos 700 mil pessoas no Brasil, o ex-presidente carregará as mãos cheias de sangue junto com sua equipe... Aos entes destas pessoas ficam o apoio de todos os brasileiros para seguirem seus caminhos com o conforto do abraço e pedido de justiça a quem é cabível.

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  2. Esse facínora fujão tem de ser preso, mas, antes, ficar inelegível.

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  3. Arlete Bonelli
    Hummm...tive um comentário bloqueado...

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  4. Iolanda De Farias Chaves
    A pergunta que não quer calar: até quando o dinheiro vai transformar criminosos corruptos em homens de bens . E os próprios vão continuar oprimindo a sociedade em situação vulnerável, negros , índios LGBTs ?

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  5. Iolanda De Farias Chaves
    Digo: homens de bem.

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  6. Iolanda De Farias Chaves
    Só no Brasil o mal se prolifera às vistas, sem nem uma ação que detenha ou venha a punir os atos criminosos que cometeram Bolsonaro e sua prole. E o grande cinismo dos apoiadores ( PL, Lira e outros comprados por Bolsonaro) em recebê-lo com passeata e discurso, que era o que pretendiam! Em o dito popular: " O gato sai os ratos fazem a festa" se encaixaria se a viagem do Lula a China não tivesse sido adiada! Cambada de hienas, esperando a oportunidade para se adentrar!

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