Brasil pária fica para trás
Entre
comemorações e reações adversas, a viagem à China significou acordos que chegaram
a R$ 50 bilhões, e mais de R$ 12 bilhões com os Emirados Árabes (sem joias).
Os 15 acordos assinados entre Brasil e China incluem a cooperação espacial, em
pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome e intercâmbio de
conteúdos de comunicação, entre outros.
Ao contrário da viagem aos EUA, de onde Lula voltou quase de mãos abanando, ficou
evidente a simpatia entre os dois chefes de estado. Tanto que o encontro privado
entre eles previsto para durar 15 minutos levou mais de uma hora.
O
que ficou sem resposta foram as provocações feitas por Lula ao presidente
americano – que não prima por prestigiar a relações com a América do Sul,
embora tenha sido o primeiro a apoiar o novo governo em meio ao 8 de janeiro.
Só não
dá para entender como Lula responsabiliza a Ucrânia pela guerra, quando se sabe
que o país foi invadido e brutalmente agredido pela Rússia. Desse jeito vai ficar difícil conseguir, ao menos, o cessar fogo entre os dois países.
Por
outro lado, a ameaça de abandonar o dólar nas negociações entre os países dos
Brics, vista com desdém pelo embaixador americano, pode fazer uma
diferença imprevisível para as intenções dos americanos.
Isso
porque as sanções econômicas impostas pelos EUA à Rússia perderiam a razão de ser.
Nem Putin ou Xi Jinping tiveram a brilhante ideia, mais uma razão para tornar Lula cada vez mais
popular por aquelas bandas.
Como se sabe, a dependência da Rússia à China só tem crescido com as sanções, cuja moeda
poderá ser turbinada com uma valorização inédita se a mudança de fato ocorrer.
Embora,
ao contrário do prometido, o governo ainda esteja apanhando com o desmatamento,
a seara ambiental trouxe resultados festejados na viagem, com a declaração conjunta Brasil China para
combater as mudanças climáticas.
Os
dois países comprometeram-se a “ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação
bilateral sobre clima, bem como os esforços conjuntos para uma melhor
governança global no Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima”.
Os dois líderes voltaram a lembrar às nações desenvolvidas da promessa de investir ao menos US$ 100 bilhões/ano para financiamento
climático nos países em desenvolvimento.
Sabe-se que a viagem à China é considerada essencial ao país para virar a página de pária internacional a que fomos relegados. Basta a recepção pelas crianças com “Novo tempo”, de Ivan Lins (foto), para provar.
Porém, as reais intenções de Lula quanto à Rússia ainda são turvas
ao olhar dos observadores internacionais.
Alcebiades Abel Filho
ResponderExcluirO LULA é um político experiente e sabe mover as peças do tabuleiro de xadrez da política internacional. Entretanto ele não é ingênuo sabe que esta mexendo e agitando um tremendo vespeiro. Vamos aguardar para ver como é que fica: (???).
Helcio Ramis
ResponderExcluirEssa viagem de Lula à China foi, indubitavelmente, muito proveitosa para o Brasil. Bolsonarentos de plantão, provavelmente, nem ficarão sabendo ou não saberão interpretar as consequências desses acordos para o Brasil e para eles próprios.
Christina Dezouzart Cardoso
ResponderExcluirCom certeza os EUA não darão a Lula, um apoiador de ditadores , a trela que ele gostaria. Ruim para o Brasil.
Lula parece priorizar a grana e não a justica, a verdade e aos direitos humanos. E ainda corre desesperadamente atrás de um Nobel da Paz.....
É Lula sendo Lula.
Carlos Nascimento
ResponderExcluirLula, hábil como sempre, fez o que Joe Biden fizera quando de sua visita aos EUA e em seus contatos com o próprio Lula, deste que ganhou as eleições, ou seja, Lula jogou o jogo e jogou muito bem, obviamente a simpatia de um lado nesta visita à China, despertaria o desconforto do outro lado. Segue se a vida, no fundo, cada um pensando da melhor forma em seus interesses, sabendo se também que empiricamente o que vale mesmo, é o interesse de se sobressair na politica internacional como líder e o protecionismo de cada país.
Dinah Sa
ResponderExcluirExato 👏👏👏
Arnaldo Moreira
ResponderExcluir[11:27, 18/04/2023] Arnaldo port: Pra mim, o Lula deu dois recados pro Biden e para a União Europeia. Não quero incentivar a guerra é não cedeu a munição à Alemanha, embora o Brasil tenha ficado contra a invasão na reunião da ONU que condenou o ataque russo e que reconhece um intenso incentivo à ampliação da guerra para vender armas de que não participa e condena. O outro recado ao Biden foi o anúncio do fim do dólar no comércio entre os BRICs, que deixou Biden possesso.
Essa jogada de Lula se juntando à China foi de mestre.
Assim espero, a possibilidade de aliamento à Rússia me parece assustadora
ExcluirPedro Motta Veiga
ResponderExcluirEspera pra ver o que vai dar isso. Todo presidente brasileiro vai à China, traz a mala cheia de MOUs e não acontece nada depois. Onde foram parar os 20 jatos da Embraer cuja venda a uma empresa chinesa seria anunciada durante a visita de Lula Xi Ping? Acorda pra realidade.
Pelo visto vc já está na torcida contra
Excluireonardo Lazarte
ResponderExcluirDepende de quais observadores internacionais. NYT, WSJ, Guardian etc, certamente não coincidirão. Mas, mesmo ficando mais na moita, Macron, Schulz e outros, estão vendo uma fresta de esperança.
Elide J Zsa
ResponderExcluirTudo isso é ingenuidade ou fanatismo mesmo?
Ricardo José Lopes Clemente
ResponderExcluirEstes caras do hemisfério norte, roubam e saqueiam nossa terra há mais de 500 anos, chegou a hora de nos aliar ao restante do mundo!!!
Blanca Eleonora De Camargo
ResponderExcluirPra isso fiz o L!