Pressa inimiga da perfeição

 

O Ministério Público Eleitoral (MPE) manifestou-se a favor do pedido de inelegibilidade do capitão na última quarta-feira (12) na ação movida pelo PDT. A primeira de uma lista.

O que parecia óbvio aos leigos foi consenso no MPE: indícios de abuso de poder político nos ataques do ex-presidente ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas na reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022.

Para quem não vê a hora do capitão ser colocado fora de combate – enquanto os correligionários do PL já reclamam de sua aversão ao trabalho, apesar do salário de R$ 41 mil a ser aumentado em maio -, há um grave porém sobre o desfecho.

Isso pelo desserviço do ministro Ricardo Lewandowsky ao país ao antecipar sua aposentadoria, prevista para o dia 11 de maio, quando o processo já poderia estar julgado.

Ele será substituído por Kássio Nunes Marques, de quem pode se esperar tudo. Escolhido a dedo pelo inominável para fazer o que seu mestre mandar, ele pode desequilibrar a tendência do TSE de tornar o ex-mandatário inelegível. 

E até pedir vistas do processo.

Como se sabe, se a maioria dos ministros do TSE concordar com a decisão do MPE, o ex-presidente pode ficar impedido de disputar eleições nos próximos oito anos. Maioria essa ameaçada com a aposentadoria antecipada de Lewandowsky.

Após o parecer assinado pelo vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, o processo só aguarda o voto do corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves, relator do caso na Corte. A expectativa é que o julgamento seja iniciado entre o fim de abril e início de maio.

Pela lei eleitoral, há abuso de poder político quando o acusado se vale de sua posição e se utiliza de bens públicos para agir de modo a influenciar o eleitor. Exatamente o que ocorreu.

Embora os embaixadores não votem, a reunião foi amplamente divulgada, com forte potencial de influenciar os eleitores do pleito que acabou por eleger Lula.

Embora este seja o mais avançado, há outros 16 processos contra o capitão no TSE, todos com potencial de torná-lo inelegível. Os mais graves são sobre o uso de programas sociais, como o Auxílio Brasil, em favor do ex-presidente.

E ainda a investigação sobre uma suposta rede de fake news comandada pelo ex-mandatário.

Em todas eles, porém, pode ocorrer o mesmo risco da ação dos embaixadores. Só que o resultado desta seria líquido e certo, se Lewandowski tivesse um pouquinho de paciência para se aposentar na data prevista para ele.

 


Comentários

  1. Meri Laite
    Por que a pressa do Lewandovsky? Tratando-se de um assunto de tamanha relevância, acho imperdoável. IMPERDOÁVEL!

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    1. Também acho imperdoável! Coloca o futuro do país em risco!

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  2. Carlos Alberto Baião
    Vai deixar uma mancha na sua história.

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  3. Leonardo Lazarte
    E zerar os impostos da gasolina só no período eleitoral? Vai numa boa?

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  4. Hilma Passos
    Lewandowsky já foi tarde. Só prestou desserviços ao país.

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    1. Esses 30 dias que antecipou podem fazer uma diferença monumental

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  5. Guran Cortes
    Poxa Lewandowski segura essa onda aí e se aposenta depois; ou está fugindo da raia?

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  6. Elson Rezende de Mello
    Essa gente não pensa no país, só nos seus interesses.

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  7. Elson Rezende de Mello
    Hilma Passos Sim, um dos piores ministros.

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  8. Hilma Passos
    Lewandowsky já está cansado de prestar serviços ao Sr. Lula. Resolveu tentar passar uma imagem um pouco mais decente por ocasião de sua aposentadoria.
    Embora eu até torça pro Bolsonaro sair de combate, seus direitos políticos suspensos, etc., não vejo por que chamar diplomatas pra criticar processo eleitoral brasileiro ser pior que um presidente verborrágico, que sai do país com uma grande comitiva e vai dizer sandices pra agradar nações ditadoras, colocando em risco o nosso país junto aos parceiros democráticos, fazendo críticas aos Estados Unidos e à União Europeia em meio a uma invasão de um ditador esquisofrênico contra um país democrático.
    Isso é muito pior que o crime de Bolsonaro.

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