Ambientalistas X desenvolvimentistas

 

Eis que a mais nova crise do governo Lula gira em torno justamente da chave para a abertura internacional das portas ao país: o Meio Ambiente. Os atritos entre ministros permanecem em alta e, com a ausência do presidente, são mediados por quem não tem essa prática: Geraldo Alkmin.

Como se sabe, a polêmica é a proibição pelo Ibama da exploração de petróleo na foz do Amazonas. De minha parte, imediatamente me posicionei a favor dos ambientalistas, ainda mais agora, diante deste super El Niño que promete torrar as temperaturas.

Turbinado pelas mudanças climáticas, motivadas pela queima de combustíveis fósseis e emissões de CO2 na atmosfera. As previsões mais recentes são aterradoras. E claro que tudo o que se refere à Amazônia tem um peso nessa balança.

Para minha surpresa, o combativo senador Randolfo Rodrigues, de perfil verde, rompeu com a ministra Marina Silva – a mesma que pediu o boné em 2008, no Lula 2, porque o então PAC contrariava sua política ambiental.

O motivo de Rodrigues: o ministério não ter ouvido o povo do Amapá sobre seus interesses econômicos a respeito da exploração do pré-sal na região.

E agora Marina se atrita com Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energias. A primeira quer manter intacta a foz do Amazonas, enquanto o segundo quer dar prosseguimento aos planos da Petrobras, cujos equipamentos mantidos na região custam a bagatela de R$ 3 milhões por dia.

Se ainda tivéssemos no governo anterior não há dúvidas de quem ganharia essa parada. É verdade que os resultados financeiros poderiam financiar dezenas de projetos sociais, porém, o custo para o ar que respiramos, é altíssimo.

Serve de exemplo o salto econômico dado pela Guiana, cuja produção de petróleo para este ano é avaliada em 318 mil barris/dia, o que deixaria o país caribenho à frente da produção venezuelana. Tudo com a exploração do petróleo na margem equatorial – a mesma em discussão no Brasil.

Não é pouca coisa.

O que não falta, portanto, é combustível para a guerra entre  desenvolvimentistas e ambientalistas.

Com a palavra, Lula, que ainda não se posicionou, mas já usufrui do prestígio conquistado pelo país com o convite para a reunião do G7, após 14 anos de jejum. 

Quem vai ganhar essa parada?