Do luxo ao lixo

 

Sérgio Moro, que de bobo não tem nada, já sondou entre amigos um emprego nos EUA. Ele começa a pensar em renunciar ao Senado, conforme o colunista Lauro Jardim.

Claro que a precaução é diretamente proporcional ao destino de seu braço direito, Deltan Dallagnol, e já virou o meme “agora só falta você”, em memória à querida Rita Lee.

Ontem o ex-deputado do Podemos foi alvo de uma esvaziada carreata em Curitiba. Ele sabe, contudo, que a decisão do TSE não teria sido justa, porque baseou-se em sindicâncias que ainda não tinham virado processos.

O fato é que Dallagnol foi malandro ao se afastar da procuradoria justamente para evitar que as sindicâncias se tornassem processos. Foi o que causou sua inelegibilidade, virou ficha suja para a unanimidade do TSE.

O ex-deputado provou do mesmo fel que usou para crucificar muitos de seus alvos na Lava Jato, como Lula, por exemplo. Só que ele acha que para si próprio o mesmo não vale...

E enriqueceu com isso, e tornou-se popular com isso, e elegeu-se com 345 mil votos com isso. Injusto? Especialistas divergem. Porém, a cassação é considerada leite derramado. O STF não pretende reverter a decisão e tampouco a Câmara.  

Enquanto isso, surgem novos indícios da cobrança de ‘taxa de proteção’ para que suspeitos não fossem investigados pelo MP, do próprio MPF ao juiz Eduardo Appio, que assumiu a 13ª Vara de Curitiba responsável pela Lava Jato. O que reforça as denúncias do advogado Tacla Duran.

Quem relata é o jornalista Jamil Chade, tanto Moro quanto Dalagnoll são acusados de evasão de divisas, exploração de prestígio, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ou seja, a barra está pesando para a dupla que parece ser o avesso de justiceira.

Além disso, o lavajatismo desembocou no bolsonarismo. Tanto que Moro aceitou o convite para Ministro da Justiça do capitão e, depois de romper com ele, retornou aos seus braços. E os dois grupos defendem teses semelhantes.

Algo parecido ocorreu com as propostas defendidas por Dallagnol, direcionadas a uma fascistização, tão ao gosto da extrema direita e dos extremistas em geral.

Agora ambos, por sinal, perdem seguidores nas redes.

Até a manifestação que foi organizada para ele é típica dos seguidores do ex-presidente: a carreata. Já taxada de “marcha fúnebre” por seus opositores...