Cai a máscara da integridade

 

Ontem comecei meu post com ‘as voltas que o mundo dá’, explorando a ironia dos destinos de Sérgio Moro e do agora juiz do STF, Cristiano Zanin. 

Só que a cada dia o buraco fica mais embaixo.

O afastamento do juiz Eduardo Appio da 13ª Vara de Curitiba, que cuidava da Lava Jato, parece ir além de uma suposta gravação do filho do desembargador Marcelo Malucelli, João Malucelli, sócio de Moro e namorado de sua filha.

Investigações do Conselho Nacional de Justiça encontraram um rombo de R$ 1 bilhão na contabilidade da Java Jato. Algo que vinha sendo investigado por Appio antes de ser afastado.

Ao que tudo indica, os justiceiros, heróis da luta contra a corrupção – me faz lembrar um tal de Caçador de Marajás...- Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e colegas (ou comparsas?) fizeram a bufunfa desaparecer como num passe de mágica.

Ladrões que penalizam ladrões?

Como numa brincadeira de gato e rato, Appio foi temporariamente substituído pela juíza Gabriela Hardt, da turma de Moro. E agora quem assume a vara é outro simpatizante do ex-juiz, Fábio Nunes de Martino. Appio continua em escanteio.

Seria A 13ª Vara vítima de urucubaca?  

O ministro Luiz Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, foi pessoalmente a Curitiba fazer uma correição sobre as denúncias que rondam a Vara. Ou seja, ver de perto e ouvir envolvidos para formar uma opinião sobre esse nó.

Nem estou falando aqui das denúncias do advogado Tacla Duran ou do ex-deputado Tony Garcia, cujos depoimentos foram alvos de perseguição e os fizeram oscilar entre as posições de heróis e bandidos.

Parece ser o que acontece com a dupla Moro/Dallagnol, cujas máscaras estariam prestes a despencar no esgoto não apenas da corrupção, como do jogo mais baixo e sujo.

Aquela falsa onda de integridade que inebriava uma sociedade ávida pelo fim da corrupção tende a afogar-se em sua própria lama. A cassação de Dallagnol seria apenas o primeiro capítulo dessa novela de horror.