Estupros explodem no Brasil

 

A rede “Nós por elas”, da Anvisa, faz uma grande mobilização – da sociedade civil e de órgãos de controle, como os ministérios das Mulheres, dos Direitos Humanos e do MP do Trabalho – para estancar a sangria dos estupros e assédios, que explodiram no governo do capitão.

O caso do ex-diretor da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, portanto, está longe de ser isolado. A rede veio a público para defender funcionárias do advogado Paulo Cesar Nascimento Silva (foto), ex-assessor do diretor-presidente.

Silva foi preso na última segunda-feira, após ser condenado por estupro. Segundo a Folha, o episódio ocorreu antes de Barra Torres tornar-se presidente da Anvisa.

"Algumas de nós foram obrigadas a conviver com situações de assédio e de importunação sexual por parte do senhor Paulo César e de outros colegas, por receio de retaliação profissional e medo de perseguição, agressão e outros tipos de violência", denunciaram elas em nota.

Sabe-se lá quantas mulheres empregadas em órgãos públicos, ou em qualquer lugar, foram vítimas dessa perversa atitude que se alastrou feito epidemia nos últimos quatro anos.

Só em 2021, o Brasil registrou mais de 56 mil estupros femininos, conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os números de 2022 são 3,7% maiores em relação ao ano anterior e equivalem a um caso a cada dez minutos.  

Essa tragédia é diretamente relacionada ao comportamento tóxico e machista do ex-presidente, e se alastrou como rastilho de pólvora, sobretudo entre bolsonaristas, que se julgam senhores do destino das mulheres, suas vítimas.

Além do estupro sexual, temos visto estupros morais, como o que acaba de ocorrer entre seis parlamentares da Câmara.

Por que o machismo passou a imperar, com doses de adesão até mesmo entre governistas, que parecem ter aproveitado para embarcar nessa canoa furada.

Não é possível conviver com um retrocesso dessa magnitude. 

Difícil apontar qual a herança mais maldita do último governo. Essa, sem dívida, é insustentável.