A balança oscilante da Lava Jato
A balança dos processos que envolvem a Lava Jato
continua a oscilar. Como se sabe, o corregedor nacional, Luís Felipe Salomão, decidiu manter o afastamento do juiz Eduardo Appio
(foto), ex-chefe da 13ª VF que cuida desses processos.
Appio foi afastado em maio
após ser acusado de ameaçar por telefone João Malucelli, filho do desembargador
Marcelo Malucelli, do TRF4. João Malucelli é sócio do ex-juiz Sergio Moro em
escritório de advocacia e namorado de sua filha.
A autoria de tal ligação
nunca foi comprovada e falsas provas desse tipo foram bastante usadas pelos
procuradores da 13ª VF.
Marcello Malucelli desfez uma
decisão de Appio, que havia retirado a condenação à prisão de Tacla Duran por
Sérgio Moro. Com isso Duran, ex-advogado da Odebrecht que já havia sido preso e
agora vive na Espanha, depôs em junho sobre as ameaças de extorsão por Moro e
Dallognol, recheado de provas.
Tal processo investiga a
propina paga a políticos pela empreiteira, evidências de corrupção levantadas
pela Lava Jato.
Salomão decidiu que Appio
deve continuar afastado para não afetar as investigações.
Appio vai recorrer da decisão
de Salomão, que é Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo o
advogado do juiz afastado, Pedro Serrano, o recurso será impetrado em breve no CNJ. Se
for recusado, seguirá para o STF.
Salomão também indeferiu o
pedido de transferência do procedimento disciplinar para o CNJ. Detalhe: ele
presidiu a TRF4 de 2011 a 2013 e de 2021 a 2022. Aparentemente seria muito bem
relacionado com Malucelli...
Em outra frente, o CNJ acatou reclamação contra a juíza Gabriela Hardt, da vara de Curitiba,
por violação do princípio da impessoalidade.
Hardt substituiu Moro na
chefia da Operação Lava Jato após sua saída em 2019, para assumir o
Ministério da Justiça. Foi dela a decisão de condenar Lula no processo do sítio
em Atibaia. Nessa época, a juíza foi questionada pela semelhança da
sentença de Moro feita um ano antes, também contra Lula. Ficou parecendo algo do
tipo corta e cola.
Nesse caso, a queixa partiu
do empresário e ex-deputado Tony Garcia, cujas denúncias sobre sua própria
atuação como ‘agente infiltrado’ pela dupla Moro e Dallagnol também foram
ignoradas pela magistrada.
Segundo Garcia, Gabriela
Hardt “tinha conhecimento de fatos potencialmente criminosos praticados pelo
então juiz Sérgio Moro e procuradores da República, mas manteve-se inerte”.
Detalhe: o novo juiz que assumiu a 13ª VF, Fábio Nunes de Martino, joga no time de Moro.
Enquanto isso, a presidente
do PT, Gleisi Hoffmann, o líder da sigla na Câmara, Zeca Dirceu, o ex-senador
Roberto Requião e até o capitão já disputam a vaga no Senado que pode ser
deixada por Moro, antes mesmo de sua possível cassação.
Cristina Beatriz
ResponderExcluirJuízes castigados, bandidos soltos
O problema é quando juizes e bandidos são as mesmas pessoas...
ExcluirCambada de bandidos fdp. É uma corja mesmo.
ResponderExcluirLuiz Antonio Câmara
ResponderExcluirCelina. o min. Luis Felipe Salomão nunca atuou no TRF-4, cuja competência se estende aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Antes de ir para o STJ, ele foi desembargador no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Vi essa informação na Wikipedia sobre ele
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