Rescaldo da tragédia indígena

 


O assunto populações indígenas praticamente sumiu do noticiário no governo Lula. Por motivos óbvios. A barbárie dos tempos bolsonaristas parece ter ficado para trás. As feridas, porém, ainda ardem e continuam a assustar.

Conforme o relatório Violência Contra Povos Indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário, 3.552 crianças Yanomamis entre 0 e 4 anos morreram entre 2019 e 2022.

Foram pelo menos 1.504 óbitos por causas evitáveis. O Amazonas, Mato Grosso e Roraima registraram 59,3% do total de mortes infantis nos últimos quatro anos, sendo 17,5% em território Yanomami.

E, neste mesmo período, foram assassinados 795 indígenas em seus respectivos territórios.

Só em Roraima, foram 41 dos 180 assassinatos de 2022, seguido por Mato Grosso, com 38, e Amazonas, com 30. Infelizmente, o luto evitável passou a acompanhar a vida destas populações nos últimos quatro anos.

Os casos de violência sem morte chegaram a 416 neste mesmo ano de 2022, número 15,2% superior a 2021. As ameaças praticamente dobraram, bem como os casos de racismo, discriminação e violência sexual.

E não foram só ocorrências de violência em relação a seres humanos. As invasões de terra, direitos territoriais, exploração ilegal de recursos naturais e danos ao patrimônio totalizaram 467 casos em 2022, ou10,4% a mais que em 2021.

Segundo o mesmo relatório, 115 indígenas cometeram suicídio.

Não que o governo Lula já tenha conseguido resolver essas questões num passe de mágica, porém, já há avanços.

Como a redução de 42% no desflorestamento da Mata Atlântica – o bioma mais devastado do país, do qual só restam 12,4% da área original -, por conta de ações tomadas na direção inversa às do ex-ministro do Desmatamento, Ricardo Salles: mais fiscalização.

Pode ser simples se houver vontade política.

 

 


 

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