Rolos nos bolsos bolsonaristas

 


Dois braços direitos do capitão estão enrascados até o pescoço em questões financeiras. O Coaf – aquele mesmo que levantou operações nebulosas de Fabrício de Queiroz – denunciou movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas do ex-faz tudo Mauro Cid, preso desde 3 de maio por fraudes no cartão de vacinas e por suas conversas golpistas.

Cid, cujo salário é de R$ 26,239 mil mensais como militar da ativa, movimentou R$ 3,2 milhões de 26 de julho de 2022 a 25 de janeiro de 2023. Registrou nesses seis meses operações de R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos.

Foi encontrada pelo Coaf movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou ocupação profissional e capacidade financeira do mesmo.

Segundo advogado de Cid, Bernardo Fenelon, as movimentações financeiras do tenente-coronel, inclusive as transferências internacionais, “são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal".

O Coaf destacou o envio de R$ 367.374 aos EUA em 12 de janeiro de 2023, durante o período, portanto, em que o chefe estava naquele país. Ele e o capitão deixaram o Brasil em 30 de dezembro, sob o pretexto de não acompanhar a transmissão da presidência a Lula, como se sabe.

A elevada movimentação, de acordo com o relatório do Coaf, poderia ser uma tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio, indícios de lavagem de dinheiro.

As transações financeiras foram realizadas com um “caixeiro viajante”, um “ourives” (algo a ver com as joias das Arábias?), um tio de sua mulher e o sargento Luis Marcos dos Reis, antes subordinado a ele e também investigado pela PF.

A PF analisa ainda a existência de um suposto esquema de pagamento de despesas pessoais do inominável e de sua mulher, Michelle, com recursos públicos. Cid é investigado como coordenador dessa operação, bem como por suas remessas ao exterior.

Já o ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi notificado pela PF para devolver os R$ 87.560 que recebeu de salário durante o período em que esteve preso, de janeiro a maio. 

Nesse caso, me pergunto se não teria sido mais simples não pagar os salários, ao invés de dar o gostinho e depois exigir o dinheiro de volta. Não vem ao caso, porém.

O fato é que a dupla continua para lá de atrapalhada.

E, mal o Coaf constatar que o capitão recebeu R$ 17,2 milhões via Pix para pagar suas multas, que não pagou, apesar de rendimentos mensais de R$ 86 mil, o TSE voltou a multá-lo, e também a seu candidato a vice, general Braga Neto, em R$ 55 mil cada um. Fora os R$ 32 milhões movimentados pela empresa investigada para pagar as contas de Michelle... 


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