Tentativas de virar o jogo

 

Após a euforia da tese do terceiro advogado do ex-faz tudo e despachante de vigarista, Mauro Cid, de que seu cliente agiu sob “obediência hierárquica”, calma lá. A tese passou a não abranger o conjunto da obra...

Primeiro, Cezar Bittencourt (foto) disse no Estúdio I que o dinheiro da venda do Rolex foi para Bolsonaro ou para a ex-primeira-dama. Só que para quem está de fora, o último escândalo que incriminou o pai do militar, o general muambeiro Lorena Cid, é apenas a ponta do iceberg.

E o estímulo aos atos golpistas? E sua participação na campanha para desacreditar as urnas eletrônicas e os ministros do STF? E o esforço para recuperar as joias das Arábias num avião da FAB? E os pagamentos a Michelle? E a falsificação de vacinas que o levou à prisão cautelar?

Esquece.

Bittencourt, que inflou o peito com a nova estratégia que teria tudo para amenizar a barra do cliente, admitiu não conhecer a famiglia ou seus defensores. Sendo assim, não sabe do que são capazes. Dá para imaginar o tipo de ameaças impostas até agora para manter tantos silêncios...

Após a bravura inicial, o criminalista admitiu ter sido procurado por um emissário do inominável, o advogado Paulo Cunha Bueno, assim que suas teorias saíram na Veja.

O fato é que após o contato Bittencourt limitou a denúncia de Cid, preso desde 3 de maio, à venda do relógio Rolex cravejado de diamantes, em cavalo de pau à sua primeira versão, bem mais abrangente...

O capitão, que nunca se preocupou em tirar seus colaboradores da forca, reagiu: “Eu não peguei dinheiro de ninguém. Minha marca é a honestidade e sempre será”, com calma nunca vista e aquele jeitão 'sou do povo'. 

Só mesmo gado para acreditar.

Para ele, a confissão por Cid do repasse de dinheiro a ele próprio seria reflexo de sua preocupação com o pai. “Soube que tanto o pai como a mãe estão deprimidos. Ele já está preso há mais de cem dias. Quem não fica abalado? É triste isso. Eu lamento tudo o que está acontecendo.”

E afirmou que o auxiliar tinha autonomia.

Lamenta tanto que continua, cinicamente, a tirar o corpo fora do latifúndio que lhe cabe. Igual comportamento a outras ‘vítimas’ de sua sede de poder e dinheiro, como a malfadada Carla Zambelli, Anderson Torres e Silvinei Vasques.

No que depender do mi(n)to, todos apodrecerão na cadeia, enquanto ele seguirá livre, leve e solto.