Punição exemplar à caserna

 

Em encontro fora da agenda no último sábado, Lula ouviu dos comandantes militares que estão sendo identificados nomes que tenham cometido irregularidades. Leia-se golpismo.

O presidente, que não quer se indispor com a caserna, sabe que caminha em areia movediça, no morde e assopra sobre quem se acostumou às benesses do governo anterior. Para não dizer com as sucessivas chamadas para virar a mesa.

Acabamos de ver o ponto marcado pelos verde oliva, que conseguiram sustar o depoimento do general Paulo Sérgio Nogueira, após reunião do alto comando do Exército com o presidente da CPMI dos Atos Golpistas, Arthur Maia.

A convocação dos generais Augusto Heleno e Gustavo Henrique de Menezes, ex-comandante Militar do Planalto, também está por um fio, conforme a jornalista Bela Megale.  

Nessa gangorra, o Estadão publicou recentemente a coluna “Militares veem Justiça esticando a corda e gerando instabilidade e insegurança nas Forças Armadas”, posterior à prisão dos comandantes da PM do Distrito Federal.

Significa que não poderá haver prisões desses militares envolvidos até o pescoço no 8 de janeiro?

O recado foi explícito e dizia que se a Justiça ultrapassar um certo “limite” (não esclarecido) “não seria fácil acalmar nem o oficialato ou os militares abaixo da linha de comando”.

A queixa estaria ligada à delação do hacker Walter Delgatti, que disse ter estado cinco vezes no Ministério da Defesa, inclusive com o general Nogueira.

Após o envolvimento do general muambeiro e de seu filho despachante de vigarista, o hacker associou ainda mais a caserna ao capitão em suas tramas golpistas.

Como já se sabe, enquanto os militares participavam da comissão que avaliava a idoneidade das urnas eletrônicas, o plano era apresentar no 7 de setembro de 2022 a urna em que fosse clicado o 22 do capitão e aparecesse o 13 de Lula.

Só que não deu certo.

Seria um motivo escancarado para uma revolta popular que clamasse por intervenção militar.

E, como revelou o ex-chanceler mexicano à CNN, Jorge Catañeda, precisamos dos EUA para convencer nossas Forças Armadas a não aderir ao golpe desejado pelo inominável quando Lula venceu as eleições.

Embora o mi(n)to esteja temporariamente fora de combate, as Forças Armadas ainda estão cheias de adeptos das teorias de fim do mundo, que precisam ser punidos. 

Continuaremos à mercê de novas ameaças de golpes se esse corpo mole com os milicos não tiver fim.