Ameaças de retrocesso
Sem o menor pudor, nem da direita ou da esquerda, a Câmara aprovou esta
semana a tal minirreforma eleitoral. Soco no estômago dos eleitores brasileiros,
confeccionada sob a batuta do ainda poderoso Arthur Lira.
Importantes mecanismos criados para moralizar a casa seriam extirpados, como a redução do prazo de inelegibilidade de deputados cassados, o que se refletiria no caso do capitão.
Em casos de compra de votos, ao invés do candidato ser cassado, ele paga apenas uma multa. E mais: os partidos ficam dispensados de apresentar o “nada consta” sobre os antecedentes criminais do candidato.
Se já está ruim, imagina
como ficaria?
A tal proposta também desobriga os candidatos a justificarem seus gastos
de campanha antes da eleição, em assustador vale tudo. E sobre as mulheres, já mal
representadas na casa, são abertas brechas para as legendas burlarem a cota mínima de
30% nas candidaturas femininas em disputas legislativas.
Ou seja, as regras seriam ditadas pelo patriarcado machista e corrupto,
um passo para trás quando o que mais precisávamos era aproveitar os ares de
democracia para avançar e oxigenar o país com pautas progressistas.
Ao menos Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, já avisou que não tem
pressa de votar a proposta na casa, quando o prazo final para sua aprovação é 6
de outubro. Pode melar, porém, também pode acabar aprovada.
E, enquanto dá ares de avanço à sua conduta, o conservador Pacheco puxa a brasa do
retrocesso em outra frente. Como se viu, ele fez críticas ao julgamento pelo
STF do processo que pode descriminalizar o uso da maconha.
Quando os magistrados não estariam legislando, e sim criando uma
jurisprudência para diferenciar traficantes de usuários.
Na sequência, Pacheco apresentou proposta de PEC – o que significa mudar
a Constituição – para criminalizar o porte de qualquer droga, em qualquer
quantidade.
Por motivos óbvios, o Supremo havia deixado este julgamento em banho maria
durante o governo anterior. Nem cabe aqui citar a quantidade de países que liberaram o uso da cannabis sem que houvesse
qualquer dano à sociedade.
Cerca de um terço dos presos no Brasil estão na cadeia por
causa da lei antidrogas, ou 215 mil pessoas de uma população carcerária de 750
mil – a maioria de pretos e pobres.
A mudança proposta pelo STF liberaria 45 mil detentos que não
representam qualquer ameaça à sociedade.
A real ameaça que paira, portanto, é a do retrocesso.
Lauro Novaczek
ResponderExcluirE uma vergonha políticos fãs de coisas erradas que mudam as leis, são covardes
ResponderExcluirJoão Gomes da Silveira
Em todas as afeições, fazem mexidas. Fui ptrs
João Gomes da Silveira
ExcluirEm todas as eleições...
Christina Dezouzart Cardoso
ResponderExcluirÉ uma vergonha. São criminosos em potencial legislando em causa própria. É para anotar e não votar em NENHUM deles nas próximas eleições.
Sim, é preciso reagir!
ExcluirRicardo Betancor
ResponderExcluirMuito bom o artigo Celina Côrtes obrigado
Ricardo Betancor
ResponderExcluirEsse Lira é protetor de criminosos, deve estar recebendo dessas quadrilhas uma boa grana. Mais um nojento narcisista.
Walace Hoelzle
ResponderExcluirLira é o câncer do Brasil
Airton Genaro
ResponderExcluirPois é, os "doutores da lei" em acordo com as elites financeiras dominantes legislando em causa própria e o povo brasileiro continua como diz o Jorge Ben Jor "morando num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza" ...e sem qualquer possibilidade de melhorar a qualidade de vida . A classe política não tem interesse nisso...
Alcebiades Abel Filho
ResponderExcluirVeja bem: eu já fiz uma afirmação crítica nas redes sociais que é a seguinte: A REDENÇÃO DA SOCIEDADE NÃO SE FARÁ ATRAVÉS DE PARTIDOS POLÍTICOS. Em minha avaliação, como o Brasil é um país continental, haverá " aqui ou ali" áreas de excelências. Considerado por alguns antropólogos como sociedades de pequena escala. Existem lugares que tem até moedas próprias. Já entrei em contato com alguns líderes da sociedade organizada e, até mesmo partidos de esquerda para fazer um movimento popular do POVO NA RUA protestando contra a DITADURA DO CONGRESSO NACIONAL (CENTRÃO) e não obtive aprovação para minha surpresa. Onde se conclui que essa quadrilha do CONGRESSO NACIONAL não governa para o povo e sim, para os seus próprios interesse. Caminhamos para o obscurantismo em uma sociedade de massa despolitizado capaz de elegar indivíduos que vão desconstruir o pouco que o povão conquistou. Caímos em desgraça. Infelizmente
Jorge Lúcio de Carvalho Pinto
ResponderExcluirIsso é um soco de Mike Tyson no estômago da sociedade
Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Políticos brasileiros são podres ou derrotados, azar e competência andam juntos.
ResponderExcluirCarlos Minc
ResponderExcluirFui dos poucos (pouquíssimos) a me pronunciar claramente nas redes contra a anistia e a restrição de espaços a mulheres e negros. Corporativismo lamentável!
😔🤔🥸💪🏽💪🏽🪘🪘💃💃🎷
ExcluirÉ isso, Celina... nós cidadãos da Terra normal - não dessa terra-plana - vivemos na base do sobressalto. Lira e Pacheco deveriam estar fora da órbita, no limbo de outra galaxia.... para que não pudessem mais nos infectar
ResponderExcluirInfelizmente eles têm o poder
ExcluirIvete N. Cunha
ResponderExcluirBanditismo escrachado
Walter Osvaldo Webski Regis
ResponderExcluirLula precisa vetar isso!!!!
Jorge Lúcio de Carvalho Pinto
ResponderExcluirConexão de 1º grau1º
Jornalista/Redator
3 h
Walter Osvaldo Webski Regis precisa sim, mas não vai. Nossa democracia precisa de muitos ajustes e um deles é reduzir o poder de deputados e senadores na hora de legislar em causa própria. O presidente da Câmara, por exemplo, é o político mais poderoso do Brasil, sem freios e contrapesos
ResponderExcluirWagner Martins
Chego a conclusão que não há diferenças entre partidos de esquerda e de direita. O que existe são matizes, muito sutis. Adelante.
Acho que não é bem assim. A questão é que os partidos de esquerda estão impregnados de gente tóxica, mas os que são coerentes não aderem. Carlos Minc foi um deles, por exemplo
ExcluirWagner Martins
ResponderExcluirCelina Côrtes,
Mas o próprio Lula afirmou que o governo não tem nenhum viés político -ideológico. Ele, na verdade, tergiversa e utiliza uma premissa verdadeira, ser presidente, para não responder as outras 3: se o governo é de direita, de esquerda ou de centro. Adelante.
https://www.cartacapital.com.br/politica/lula-nao-tenho-que-ser-a-esquerda-direita-ou-centro-tenho-que-ser-presidente/
Lula: ‘Não tenho que ser esquerda, direita ou centro, tenho que ser pr…
Ok, porém, de compararmos esse governo ao anterior ele é de esquerda, com grande e inevitáveis concessões ao Centrão
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