Efeitos colaterais dos coletes balísticos
Quando o capo venezuelano Antonio
Intriago (foto) fez a sua delação premiada logo após ser preso nos EUA, em fevereiro, constatou-se
o envolvimento de sua empresa, CTU Security, não só no assassinato do
presidente do Haiti, Jovenel Moïse, em 2021, como na compra superfaturada 9.360
coletes balísticos pela Intervenção Federal do Rio, em 2018.
Comandada pelo general Walter Braga
Netto.
A apreensão do celular do sócio
brasileiro de Intriago, o coronel da reserva Glaucio Octaviano Guerra, no
Aeroporto de Miami, em agosto de 2022, já começava a dar subsídios à Operação Perfídia,
da PF, desencadeada aqui este mês.
Como as sabe, a operação quebrou os
sigilos telefônico e telemático do general e a PF aponta Guerra como responsável
pelo esquema dos coletes no Rio. A negociata acabou suspensa pela denúncia de fraude na certificação dos coletes por uma empresa concorrente.
E, segundo a colunista Malu Gaspar, uma
das etapas do plano para o assassinato de Moïse incluía a cessão de coletes aos
mercenários contratados pela CTU para o serviço. Conforme a Justiça americana,
os coletes foram transportados para o Haiti misturados a equipamentos médicos.
O inelegível chegou a suspeitar de fraudes no contrato entre a CTU e a intervenção, ainda assim, manteve o nome de Braga Netto como seu candidato à vice-presidência. O caldo esquentou após a apreensão do celular de Guerra.
Mensagens do celular de Guerra mostraram, por
exemplo, que lobistas militares a favor da CTU tentaram articular um jantar com
Braga Netto, já ministro da Casa Civil do capitão, para recuperar o
contrato cancelado.
Agora, a PF tenta confirmar se tal
encontro ocorreu.
Em relação a Moïse, o plano era
sequestrá-lo após manifestações contrárias a seu governo. Só que faltaram
recursos e munição e os golpistas acabaram optando pelo assassinato do líder haitiano.
Já os coletes da Intervenção Federal são
apenas um capítulo dessa novela rocambolesca. E, sobre ela, a PF ainda tem
muito o que apurar. O fato é que o esquema envolveu lobistas, o gabinete de Intervenção Federal e um general que quase foi vice-presidente da República.
E perdeu a chance de concorrer à prefeitura do Rio.
Tudo isso teria passado em brancas nuvens
não fosse o cruzamento de informações entre os investigadores americanos e brasileiros.
Ainda há muita água para rolar nessa história. Até porque a quebra de sigilo telefônico de Braga Netto pode levar a outros tipos de informações, agora aquecidas pela denúncia premiada do ex-faz tudo Mauro Cid.
Esilda Alciprete
ResponderExcluirParabéns pelo artigo e pelo blog , vou divulgar muito
Obrigada!
ExcluirAlcebiades Abel Filho
ResponderExcluirA EQUERDA BRASILEIRA tem que exercer uma CORAGEM HISTÓRICA para passar esse país a limpo. Este país é portador de uma QUADRILHA BEM ESTRUTURADA que tem que ser DESMANTELA doa a quem do doer, principalmente os militares bandidos que são intocáveis.
Sim, é preciso desestruturar essa quadrilha o quanto antes!
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